As ondas se quebram na lagoa de estrelas

Quem contempla a imagem de uma nebulosa, como a Nebulosa da Lagoa na constelação de Sagitário, não imagina que dentro dela as coisas não são tão calmas. Batizada com esse nome por causa de sua aparência, a Nebulosa da Lagoa (ou M8) é um berçário de estrelas muito estudado. Trata-se de uma região especial de formação de estrelas por formar (também) estrelas de alta massa. Locais assim são mais raros de serem encontrados na Galáxia. A Nebulosa é marcada pela profusão de gás e poeira, que se aglutinam e lentamente colapsam para formar estrelas. Esse cenário já é bem conhecido e, nessa região, foram encontradas evidências de estrelas ainda rodeadas por disco de acreção, o que indica que elas estão acumulando matéria e ainda não terminaram seu processo de formação. Bem no centro da Lagoa, um pequeno aglomerado de estrelas com pelo menos oito vezes a massa do nosso Sol emite fortes ventos e intensa radiação ultravioleta. Essas estrelas, por causa da sua massa maior, evoluem muito mais rápido e por isso já terminaram, ou estão a ponto de terminar, sua formação. E já agem alterando o seu ambiente. Essa modificação pode ser vista nessa espetacular imagem do Telescópio Espacial Hubble. Ela mostra as nuvens de gás (principalmente hidrogênio) sendo esculpidas e dissipadas sob a ação do vento e da radiação emitida pelas estrelas de alta massa. O aglomerado em que elas estão não é visto nessa imagem, que é na verdade um zoom da nebulosa. As nuvens são moldadas como ondas que se movem lentamente na nebulosa. Eventualmente, elas se compactam e se aglutinam para formar novas estrelas, mas seu destino final é serem dissipadas (literalmente assopradas) pelas estrelas mais massivas do aglomerado. Enquanto isso não acontece, nos deleitamos com essa imagem fantástica.
Créditos: Cássio Barbosa - G1

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