O Retrato de Júpiter pela Sonda Cassini

 
Esse mosaico colorido de Júpiter foi construído a partir de imagens capturadas pela câmera de ângulo estreito a bordo da sonda Cassini da NASA em 29 de Dezembro de 2000, durante sua maior aproximação com o planeta gigante atingindo uma distância de aproximadamente 10 milhões de quilômetros. Esse é a foto mais detalhada em cores já feita de Júpiter, as menores feições visíveis no planeta possuem aproximadamente 60 quilômetros de comprimento. O mosaico é composto por 27 imagens: nove imagens foram necessárias para cobrir o planeta como um todo, e cada uma dessas localizações foram imageadas nas cores vermelho, verde e azul para então se produzir um padrão de cores verdadeiras.

Embora a câmera da Cassini possa ver mais cores do os olhos humanos podem, as cores de Júpiter nessa nova imagem se aproximam muito das cores que os olhos humanos pode também perceber. Tudo que é visível no planeta é uma nuvem. As bandas paralelas avermelhadas, marrons e brancas, as feições ovaladas brancas, e a imensa Grande Mancha Vermelha que ali persiste apesar da intensa turbulência visível na atmosfera. As feições mais energéticas são as menores, brilhantes nuvens a esquerda da Grande Mancha Vermelha e em posições similares na metade norte do planeta. Essas nuvens crescem e desaparecem em questão de dias e geram raios.

As faixas formam a medida que as nuvens são cortadas por intensos jatos de Júpiter que correm paralelos às bandas coloridas. A proeminente banda negra na metade norte do planeta é a localização do jato mais velos de Júpiter, com ventos no sentido leste atingindo 480 km/h. O diâmetro de Júpiter é onze vezes maior que o da Terra, então as menores tempestades que aparecem nesse mosaico são comparáveis aos maiores furacões que atingem o nosso planeta. Diferente da Terra, onde somente a água condensa para formar nuvens, em Júpiter as nuvens são feitas de amônia, sulfato de hidrogênio e água.

Os movimentos ascendentes e descendentes carregam diferentes misturas dessas substâncias espalhando-as em diferentes alturas das nuvens. As cores marrons e laranjas podem existir devido ao traço de elementos químicos levados aos níveis mais profundos da atmosfera, ou eles podem ser produtos de reações químicas governadas pela luz ultravioleta do Sol. As áreas azuladas, como as pequenas feições um pouco ao norte e um pouco ao sul do equador são áreas que possuem uma cobertura de nuvens reduzida, ou seja, onde se pode observar mais profundamente a atmosfera do planeta.

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