Astrônomos debatem se Plutão deveria ou não ser considerado um planeta novamente
O “ex-planeta” Plutão foi rebaixado a uma categoria criada em 2006, “planeta anão”, em parte devido à descoberta de Eris, um outro corpo gelado próximo a Plutão. Os cientistas acreditaram que Eris era maior que Plutão até 6 de novembro desse ano, quando astrônomos tiveram a chance de recalcular seu tamanho. Agora, parece que Plutão realmente é maior, embora apenas por uma margem fina.
Os números são tão próximos que são praticamente indistinguíveis, quando as incertezas são levadas em conta. Mas, se Plutão recuperou mesmo seu status como o maior objeto no exterior do sistema solar, os astrônomos deveriam considerar devolvê-lo o título antigo de planeta? Eris, e muitos outros objetos que circundam o sol para além da órbita de Netuno, são planetas? Ou será que o atual sistema, que reconhece apenas oito planetas relativamente grandes, é o caminho certo a percorrer?
Alguns especialistas ponderaram sobre este debate, que afeta a forma como os astrônomos veem o sistema solar. Segundo eles, Eris está cerca de 15 bilhões de quilômetros do sol no seu ponto mais distante de órbita, o que o torna cerca de duas vezes mais distante do que Plutão. Sua descoberta em 2005 levou os astrônomos, desconfortáveis com a perspectiva de encontrar muitos mais planetas nos frios confins do sistema solar, a reconsiderar o status de Plutão. Em 2006, a União Astronômica Internacional surgiu com a definição oficial de planeta: um corpo que circunda o sol, mas não é algum outro objeto de satélite, é grande o suficiente para ser arredondado pela sua própria gravidade (mas não tão grande a ponto de submeter-se a fusão nuclear, como uma estrela) e tem “limpado sua vizinhança” da maioria dos outros corpos orbitantes – orbita sozinho.
Como Plutão compartilha espaço orbital com muitos outros objetos no Cinturão de Kuiper, o anel de corpos gelados além de Netuno, não se caracteriza como planeta. Em vez disso, Plutão e Eris são “planetas anões”. Oficialmente, oito planetas permanecem: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. O cientista que descobriu Eris acredita que o rebaixamento de Plutão foi a decisão certa. Plutão, Eris e muitos outros objetos do Cinturão de Kuiper são demasiado diferentes para serem considerados em conjunto com os oito planetas oficiais. Por exemplo, eles são muito menores. Plutão tem cerca de 2.342 km de largura.
O menor planeta oficial, Mercúrio, tem mais do que o dobro de tamanho (4.880 km de extensão). As suas órbitas tendem a ser muito diferentes também. As órbitas dos planetas anões são muito, muito mais elípticas e inclinadas em relação ao plano do sistema solar. E eles são feitos de um material diferente, com mais gelo compreendendo a sua massa.
A única razão pela qual Plutão já foi considerado um planeta é porque foi detectado pela primeira vez há muito tempo, antes que as pessoas soubessem que ele era apenas um de uma vasta frota de objetos além da órbita de Netuno. O Cinturão de Kuiper, que hoje é conhecido por abrigar mais de 1.000 corpos gelados (ou mais), não tinha sido descoberto até 1992. Atualmente, os astrônomos têm um senso muito melhor do que o Plutão é. O progresso na compreensão do sistema solar ajuda os cientistas a voltar atrás e reavaliar os erros de nossos antepassados.
A única razão pela qual Plutão já foi considerado um planeta é porque foi detectado pela primeira vez há muito tempo, antes que as pessoas soubessem que ele era apenas um de uma vasta frota de objetos além da órbita de Netuno. O Cinturão de Kuiper, que hoje é conhecido por abrigar mais de 1.000 corpos gelados (ou mais), não tinha sido descoberto até 1992. Atualmente, os astrônomos têm um senso muito melhor do que o Plutão é. O progresso na compreensão do sistema solar ajuda os cientistas a voltar atrás e reavaliar os erros de nossos antepassados.
Assim, Plutão deveria assumir o seu lugar ao lado de outros objetos do Cinturão de Kuiper, em vez de ser considerado um planeta, como os outros oito oficiais. No entanto, alguns astrônomos não concordam com a reorganização do sistema solar. Não exatamente por Plutão, mas porque consideram a definição de planeta fundamentalmente falha.
Eles tomam a questão particular da exigência de “limpar a vizinhança” como a pior questão. Segundo eles, se levar essa definição estritamente, nenhum objeto no sistema solar é um planeta, já que nenhum objeto tem totalmente “limpado” a sua zona. A definição também estabelece padrões diferentes para diferentes distâncias do sol. Quanto mais longe um planeta está do sol, maior ele precisa ser para “limpar a sua zona”. Se a Terra circundasse o sol na órbita de Urano, não seria capaz de limpar a vizinhança, não podendo assim ser considerada um planeta.
Eles tomam a questão particular da exigência de “limpar a vizinhança” como a pior questão. Segundo eles, se levar essa definição estritamente, nenhum objeto no sistema solar é um planeta, já que nenhum objeto tem totalmente “limpado” a sua zona. A definição também estabelece padrões diferentes para diferentes distâncias do sol. Quanto mais longe um planeta está do sol, maior ele precisa ser para “limpar a sua zona”. Se a Terra circundasse o sol na órbita de Urano, não seria capaz de limpar a vizinhança, não podendo assim ser considerada um planeta.
Na opinião desses astrônomos, um planeta é qualquer coisa que satisfaça a definição nos seus dois primeiros critérios: de girar em torno do sol e ter massa suficiente para ser mais ou menos esférica, sem a exigência de “limpar a vizinhança”.
Assim, Plutão deveria ser um planeta, da mesma forma que deveria ser Eris e o planeta anão Ceres (o maior corpo no cinturão de asteróides entre Marte e Júpiter), assim como muitos outros objetos. Tal definição expandiria a lista de planetas do sistema solar. A crítica desses cientistas é que muitos astrônomos estavam desconfortáveis com essa perspectiva, e tal desconforto foi um grande fator na decisão de rebaixar Plutão.
Assim, Plutão deveria ser um planeta, da mesma forma que deveria ser Eris e o planeta anão Ceres (o maior corpo no cinturão de asteróides entre Marte e Júpiter), assim como muitos outros objetos. Tal definição expandiria a lista de planetas do sistema solar. A crítica desses cientistas é que muitos astrônomos estavam desconfortáveis com essa perspectiva, e tal desconforto foi um grande fator na decisão de rebaixar Plutão.
Foi na verdade um desejo não-científico para manter os números baixos, porque muitas pessoas pensam que é especial ser um planeta. Nesse entendimento, pequenos planetas gelados são muito mais numerosos do que os gigantes gasosos ou rochosos. Há um grande número de planetas, e a maioria deles são pequenos. São os planetas como a Terra e outros que são impressionantes. Os astrônomos não se opõem a classificação de “planeta anão” a esses objetos, desde que ele ainda sejam considerados planetas.
A batalha de Plutão pode ser mais semântica do que qualquer outra coisa. Mas as palavras realmente importam, porque mudam a forma como as pessoas classificam e compreendem a realidade. Alguns astrônomos evitam usar a palavra “planeta” em seu sentido tradicional, genérico demais, por que não transmite muito mais informações importantes. É mais revelador agrupar objetos que são semelhantes em tamanho, composição e outras propriedades.
A batalha de Plutão pode ser mais semântica do que qualquer outra coisa. Mas as palavras realmente importam, porque mudam a forma como as pessoas classificam e compreendem a realidade. Alguns astrônomos evitam usar a palavra “planeta” em seu sentido tradicional, genérico demais, por que não transmite muito mais informações importantes. É mais revelador agrupar objetos que são semelhantes em tamanho, composição e outras propriedades.
Assim, eles pensam em categorias como os gigantes gasosos (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno), os planetas terrestres (Mercúrio, Vênus, Terra e Marte), e os asteróides e objetos do Cinturão de Kuiper (Plutão, Eris e muitos outros). Rebaixar Plutão não fez do corpo gelado menos interessante ou importante. Segundo eles, Plutão como um exemplo de um grande objeto do Cinturão de Kuiper é muito mais interessante do que Plutão como planeta estranho na periferia do sistema solar, diferente de todos os outros. Basta agora que todos os cientistas consigam concordar com um termo ou uma definição. O que não vai ser fácil.
Fonte: hypescience.com
[LiveScience]
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