As nebulosas como cenário de destruição de estrelas

Existem dois tipos de nebulosas brilhantes associados não ao nascimento de estrelas mas à sua morte. As primeiras são as nebulosas planetárias, que portam esse nome por serem objetos arredondados parecidos com planetas. Uma nebulosa planetária é a atmosfera externa que se destaca de uma estrela gigante vermelha, o que representa um dos estágios finais no ciclo vital de uma estrela de porte médio. As nebulosas planetárias surgem assim:
 
1.Uma estrela envelhecida, com baixa disponibilidade de hidrogênio combustível, começa a queimar hélio.
2.Continua a queimar hidrogênio nas camadas externas e, ao fazê-lo, incha até um tamanho gigantesco.
3.A superfície se resfria e avermelha.
4.A estrela gigante se torna instável e ejeta suas camadas externas.
5.O material ejetado forma uma nebulosa planetária, que cerca um núcleo quente, branco-azulado.
6.O calor do núcleo faz com que a nebulosa brilhe.
A nebulosa do Esquimó foi formada pela morte de uma estrela gigante vermelha que explodiu 10 mil anos atrás/Cortesia Nasa e STScI
 
Um bom exemplo de nebulosa planetária é a nebulosa do Esquimó, localizada a cerca de cinco mil anos-luz da Terra, na constelação de Gêmeos. Descoberta por William Herschel em 1787, a nebulosa leva este nome porque, vista por telescópios instalados na Terra, parece um rosto cercado por uma parka de pele. A parka é, na verdade, um anel de material que se afasta da estrela central moribunda. Caso a estrela disponha de massa suficiente, ela não morre como gigante vermelha, mas como supernova. Uma supernova acontece quando uma estrela explode e lança a maior parte de seu material ao espaço. Quando uma supernova envolve um sistema binário, ou com dois sóis, ela é conhecida como supernova tipo 1. Quando envolve uma única estrela, é uma supernova tipo 2.
A nebulosa do Caranguejo é um remanescente de supernova tipo 2 na constelação de Touro/Cortesia Nasa e STScI

Nas supernovas tipo 1, uma estrela do sistema binário é uma anã branca, uma estrela que consumiu quase todo o seu hidrogênio. A anã branca extrai material das porções externas de sua companheira. O material queima nas regiões externas da estrela anã, aquecendo seu núcleo a temperaturas extremas. À medida que a anã branca é consumida em uma reação acelerada, ela explode, expelindo seus restos em uma vasta nuvem - uma nebulosa. Em média, uma supernova tipo 1 acontece uma vez a cada 140 anos, em uma galáxia .

As supernovas tipo 2 acontecem com mais frequência, algo em torno de uma vez a cada 91 anos em uma galáxia [fonte: Ronan]. Em uma supernova tipo 2, uma estrela solitária experimenta um colapso súbito. O núcleo dessa estrela se torna imensamente denso - uma bola de nêutrons bem apertados. À medida que o restante do material da estrela é atraído ao centro pelo seu peso, ele atinge o núcleo, que reage "saltando" para fora em uma explosão magnífica. Essa explosão forma uma nebulosa visível que pode ser facilmente observada da Terra. A mais estudada das supernovas tipo 2 é a nebulosa do Caranguejo, descoberta em 1054 por astrônomos árabes e chineses, os quais acreditavam que estavam vendo o nascimento de uma estrela.

A "estrela" ganhou brilho por muitas semanas e, em julho, estava visível por 23 dias do mesmo mês no céu diurno. A estrela continuou visível a olho nu por quase dois anos. A supernova SN1987A, na Grande Nuvem de Magalhães, é outra supernova tipo 2, que explodiu em 1987. A nebulosa se expandiu até um diâmetro equivalente ao da órbita da Terra em torno do Sol - 300 milhões de km - em apenas 10 horas. Seria possível pensar que descobertas como essas são raras, mas na próxima página você verá que os astrônomos continuam a localizar novas nebulosas e a descobrir coisas novas sobre elas que vêm sendo estudadas há muitos anos.
Fonte: http://ciencia.hsw.uol.com.br/nebulosa4.htm

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