Missão da Nasa monitora o Sol em tempo real e três dimensões

       Concepção artística mostra a posição das sondas STEREO-A e STEREO-B ao redor do Sol.
       Créditos: NASA/Apolo11.com.
Há pouco mais de 50 anos, a nave soviética Luna-3 fez as primeiras imagens do lado oculto da Lua, revelando feições até então não imaginadas. Agora é a vez do Sol. No dia 6 de fevereiro, as sondas da missão STEREO se posicionaram uma de cada lado do Sol, registrando em tempo real imagens tridimensionais de todas as faces da estrela. "Este é um grande momento para a física solar", disse Angelos Vourlidas, membro da equipe STEREO junto ao laboratório de pesquisa naval, dos EUA. "As sondas estão revelando o Sol como realmente é, uma esfera de plasma envolvida por um intrincado campo magnético". Lançadas juntas em 2006, as sondas STEREO-A e STEREO-B entraram na órbita solar com velocidades diferentes, o que permitiu que uma ficasse à frente da outra. Essa diferença de velocidade fez com que as sondas se separassem cerca de 45 graus a cada ano e no dia 6 de fevereiro de 2011 finalmente se posicionaram com180 graus de diferença, uma de cada lado do Sol. A partir dessa posição as imagens captadas pelas sondas conseguem ver o Sol por inteiro, permitindo aos cientistas monitorarem a estrela de dois ângulos diferentes através de imagens tridimensionais. À medida que o tempo passa esse alinhamento será desfeito, mas em conjunto com os dados coletados pelo Observatório de Dinâmica Solar, SDO, a análise tridimensional acontecerá pelos próximos oito anos.
Esquema da posição orbital das sondas com o passar dos anos. No dia 6 de fevereiro, as sondas da missão STEREO se posicionaram uma de cada lado do Sol, registrando em tempo real imagens tridimensionais de todas as faces da estrela. Créditos: NASA/Apolo11.com.
Estudar o Sol a partir de dois ângulos diferentes facilita aos pesquisadores uma compreensão maior da física solar. Fenômenos de macro escala como as ejeções de massa coronal (CME), tsunamis solares e erupção de filamentos magnéticos poderão ser vistos e mensurados no mesmo instante e que acontecem, em qualquer lado do Sol. Até hoje, quando uma mancha solar ativa emergia do lado oposto do Sol, só tínhamos conhecimento dela após a rotação da estrela trazê-la para o lado "visível", monitorado pelos satélites SOHO, SDO e outros. Isso trazia grandes preocupações entre os cientistas espaciais, uma vez que possíveis erupções solares só podiam ser previstas com poucas horas de antecedência. Agora, com as imagens produzidas pela missão STEREO as anomalias solares poderão ser bastante antecipadas, uma vez que as sondas são capazes de "ver" os acontecimentos antes que a rotação do Sol os apresente diretamente. O novo ponto de vista também poderá revelar conexões até então encobertas. Há muito tempo os pesquisadores suspeitam que algumas atividades solares possam ter efeito "global", ou seja, abrangerem todo o Sol e que algumas erupções ocorridas no lado oposto dispararam e alimentaram eventos observados do outro lado. A Grande Erupção Solar ocorrida em 2010 se espalhou por 2/3 da estrela, produzindo dezenas de interações, ejeções de massa coronal, ondas de choque e reverberação de filamentos. Nada disso foi observado da Terra, mas foi perfeitamente registrado pela dupla STEREO-SDO.
Fonte: Apolo11 - http://www.apolo11.com/spacenews.php?titulo=Missao_da_Nasa_monitora_o_Sol_em_tempo_real_e_tres_dimensoes&posic=dat_20110207-090302.inc

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