Por que a Lua está ficando mais distante da Terra?

No filme Todo Poderoso, o personagem interpretado por Jim Carrey é capaz de laçar a Lua, trazendo-a mais perto da Terra. Cientistas afirmam, no entanto, que na vida real o maior satélite natural do Sistema Solar está fazendo o oposto, afastando-se do nosso planeta a um ritmo de 3,8 centímetros por ano. Acredita-se que a Lua foi formada há cerca de 4,5 bilhões de anos atrás, quando um protoplaneta do tamanho de Marte colidiu com a Terra. Os detritos resultantes do impacto se fundiram e formaram a Lua – ao menos, é o que apontam as simulações do impacto, com resultados bastante consistentes com o sistema que vemos no século 21. As simulações também mostram que, no momento da colisão, a Lua estava muito mais próxima da Terra, a uma distância de pouco mais de 22 mil quilômetros. Atualmente, essa distância é calculada em 400 mil quilômetros e, a cada ano, aumenta cerca de 3,8 centímetros. De acordo com cientistas, essa migração se dá devido à ação das marés. A atuação da força gravitacional da Lua causa alterações no nível da água do mar em nosso planeta, e faz com que as marés se “alinhem” ao satélite durante o movimento de rotação da Terra. No entanto, uma faixa das águas está sempre um pouco à frente da Lua. O resultado desse fenômeno é que parte da energia da Terra é transferida para a saliência das marés, através da resistência apresentada pelas duas superfícies em contato, movimentando-se uma em relação à outra. Essa grande massa de água, em seguida, exerce a sua própria atração gravitacional sobre a Lua, fazendo com que ela se acelere. Aumentando sua velocidade, o satélite se afasta. A comparação utilizada pelos pesquisadores é a de crianças brincando em um gira-gira: quanto mais veloz, mais forte a sensação de se estar sendo jogado para fora. Porém, o efeito oposto acontece com a Terra: nossa velocidade está diminuindo.

A Lua acreditava ter se formado após uma colisão maciça entre a Terra e um asteróide


Quando a Lua estava recém-formada, por exemplo, os dias em nosso planeta duravam cerca de cinco horas, mas durante 4,5 bilhões de anos nós freamos o suficiente para deixar o dia com as 24 horas com que estamos familiarizados. A principal preocupação, contudo, não é com a duração dos dias em si. Mas assim como um prato girando em uma vara, velocidade é a chave para manter o equilíbrio do objeto. De maneira semelhante, o nosso planeta pode começar a oscilar lentamente, o que terá um efeito devastador em nossas estações, com variações de temperaturas muito maiores do que estamos acostumados. Como seres adaptáveis, teríamos a capacidade de sobreviver, transformando o ambiente de acordo com nossas necessidades: muito ar-condicionado no verão e aquecedores no inverno. Mas o que aconteceria com os animais? Infelizmente, estes não são tão adaptáveis às mudanças climáticas, e muitos não seriam capazes de evoluir com rapidez suficiente ou migrar para lugares mais seguros. Segundo os cientistas, no entanto, ainda temos pouco a temer. Mudanças como essa podem levar bilhões de anos, e até lá é possível que o homem tenha desenvolvido tecnologia suficiente para reverter o problema.
BBC

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Lua eclipsa Saturno

Um rejuvenescimento galáctico

Uma enorme bolha de rádio com 65.000 anos-luz rodeia esta galáxia próxima

Marte Passando

Observações exploram as propriedades da galáxia espiral gigante UGC 2885

O parceiro secreto de Betelgeuse, Betelbuddy, pode mudar as previsões de supernovas

Telescópio James Webb descobre galáxias brilhantes e antigas que desafiam teorias cósmicas:

Telescópio James Webb encontra as primeiras possíveis 'estrelas fracassadas' além da Via Láctea — e elas podem revelar novos segredos do universo primitivo

Astrônomos mapeiam o formato da coroa de um buraco negro pela primeira vez

Espiral de lado