Astrônoma brasileira divulga estudo sobre primeiras estrelas do Universo
Astros giravam mais rápido e tinham mais massa que o nosso Sol. Estudo sobre o assunto foi divulgado na revista 'Nature'.
Um estudo na revista "Nature" desta semana feito por astrônomas brasileiras revela um possível modelo para explicar como eram as primeiras estrelas a povoarem o Universo, pouco após o Big Bang. A dupla é parte de um grupo internacional de pesquisadores. Com autoria principal de Cristina Chiappini, cientista radicada atualmente no Instituto Astrofísico de Potsdam, na Alemanha, o artigo mostra como estrelas com massas muito maiores que a do Sol deram origem a gases usados na formação de outras estrelas, menores e mais parecidas com o astro do Sistema Solar.
O aglomerado estelar NGC 6522 contém os oito astros analisados no artigo com participação de astrônomas brasileiras sobre um possível modelo para as primeiras estrelas do Universo. (Foto: David Malin / Observatório Astronômico Australiano)
"Nosso modelo mostrou que estrelas de grande massa, de rotação rápida, também podem conter elementos 'pesados' como o estrôncio e o ítrio", explicou Chiappini ao G1. Isso porque esses elementos foram encontrados em oito estrelas menores, dentro do aglomerado estelar NGC 6522. Esses astros teriam sido gerados a partir dos gases liberados nas explosões das companheiras maiores, ativas no primeiro 1,7 bilhão de anos do Universo. O modelo sugere que as primeiras estrelas rodavam a 500 km por segundo, velocidade muito maior que os 2 km por segundo do Sol. O número também é bem maior que os 100 km por segundo das estrelas de mais massa atuais. A pista para saber como eram as primeiras estrelas está, curiosamente, em versões bem menores, com tamanhos comparáveis ao do nosso Sol, mas que viveram bilhões de anos e carregaram, em sua composição, traços das gigantes. A rapidez pode ter sido o motivo para uma produção de elementos químicos mais variados que somente os tradicionais hidrogênio e hélio. "Uma estrela funciona como uma cebola, com várias cascas. Cada casca é responsável por gerar um elemento diferente. Quando ela roda rápido, as camadas se misturam e novos elementos surgem", explica Chiappini . "Os únicos elementos formados no Big Bang foram hidrogênio e hélio. Todo os outros materiais vieram a partir de reações dentro das estrelas." O trabalho contou com dados fornecidos pelo Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) por meio do Very Large Telescope (Telescópio Muito Grande, em tradução livre). O aglomerado NGC 6522 - localizado no centro da Via Láctea, na direção da constelação de Sagitário - engloba astros de idade estimada em 12 bilhões de anos. O Big Bang, teoria mais aceita para o início do Universo, teria acontecido há 13,7 bilhões de anos. As primeiras estrelas surgiram mais ou menos na mesma época em que o Universo passou da fase escura, na qual a luz era absorvida, para transparente, quando o espaço e seus astros passaram a ser visíveis. "As estrelas que rodam rápido podem ter sido os agentes por trás da mudança do universo de escuro para transparente", afirma a cientista. "Já era plausível entre os astrônomos que estrelas do início do Universo girassem mais rápido que as de hoje. O nosso estudo dá uma explicação muito bonita sobre como este fato está ligado à composição química das estrelas velhas e pequenas de NGC 6522."
"Nosso modelo mostrou que estrelas de grande massa, de rotação rápida, também podem conter elementos 'pesados' como o estrôncio e o ítrio", explicou Chiappini ao G1. Isso porque esses elementos foram encontrados em oito estrelas menores, dentro do aglomerado estelar NGC 6522. Esses astros teriam sido gerados a partir dos gases liberados nas explosões das companheiras maiores, ativas no primeiro 1,7 bilhão de anos do Universo. O modelo sugere que as primeiras estrelas rodavam a 500 km por segundo, velocidade muito maior que os 2 km por segundo do Sol. O número também é bem maior que os 100 km por segundo das estrelas de mais massa atuais. A pista para saber como eram as primeiras estrelas está, curiosamente, em versões bem menores, com tamanhos comparáveis ao do nosso Sol, mas que viveram bilhões de anos e carregaram, em sua composição, traços das gigantes. A rapidez pode ter sido o motivo para uma produção de elementos químicos mais variados que somente os tradicionais hidrogênio e hélio. "Uma estrela funciona como uma cebola, com várias cascas. Cada casca é responsável por gerar um elemento diferente. Quando ela roda rápido, as camadas se misturam e novos elementos surgem", explica Chiappini . "Os únicos elementos formados no Big Bang foram hidrogênio e hélio. Todo os outros materiais vieram a partir de reações dentro das estrelas." O trabalho contou com dados fornecidos pelo Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) por meio do Very Large Telescope (Telescópio Muito Grande, em tradução livre). O aglomerado NGC 6522 - localizado no centro da Via Láctea, na direção da constelação de Sagitário - engloba astros de idade estimada em 12 bilhões de anos. O Big Bang, teoria mais aceita para o início do Universo, teria acontecido há 13,7 bilhões de anos. As primeiras estrelas surgiram mais ou menos na mesma época em que o Universo passou da fase escura, na qual a luz era absorvida, para transparente, quando o espaço e seus astros passaram a ser visíveis. "As estrelas que rodam rápido podem ter sido os agentes por trás da mudança do universo de escuro para transparente", afirma a cientista. "Já era plausível entre os astrônomos que estrelas do início do Universo girassem mais rápido que as de hoje. O nosso estudo dá uma explicação muito bonita sobre como este fato está ligado à composição química das estrelas velhas e pequenas de NGC 6522."
Comentários
Postar um comentário
Se você achou interessante essa postagem deixe seu comentario!