Zoológico de Planetas
“Gigantes quentes”, um enigma
Como um planeta enorme, 280 vezes maior do que a Terra e seis vezes mais próximo de sua estrela do que Mercúrio está do Sol, consegue se formar e continuar existindo? Essa questão não pára de intrigar os astrônomos desde que, há um ano e meio, foi descoberto um planeta rondando a estrela 51 da Constelação de Pégaso. Peg-51, para os íntimos. Os astrônomos imaginavam, até então, que um corpo celeste com esses traços estaria fadado a desaparecer, sugado pela imensa força gravitacional da estrela vizinha. “Trata-se de um bicho raro no zoológico planetário”, comentou o astrônomo Geoffrey Marcy, um dos autores da descoberta. O espanto dos cientistas se tornou ainda maior quando foi achado, pouco depois, outro planeta com as mesmas características, ao redor de uma estrela na Constelação de Rho de Câncer. Atualmente, os bichos raros já somam quatro, e os astrônomos calculam que nada menos do que 5% de todos os planetas da nossa Galáxia sejam desse tipo. Para explicar os “Gigantes quentes”, ou “Júpiter Quentes”, como dizem os cientistas, surgiu uma nova teoria. Alguns astrônomos especulam que esses planetas não se formaram nas imediações da estrela, mas foram empurrados para lá numa colisão com outro planeta.
Planeta ou anã marrom?
A descoberta de planetas nos confins do Universo colocou os astrônomos perante um dilema teórico: como definir, exatamente, o que é um planeta? Exemplo: por que o planeta gigante encontrado na galáxia de HD 114762 é catalogado como planeta e não como uma nuvem de gás ou uma anã marrom? As anãs marrons são estrelas muito pequenas para desencadear uma reação de fusão nuclear e, dessa forma, emitir luz, como é esperado das estrelas convencionais. O problema é que, na hora de definir quem é quem, tamanho não é documento. Ou seja, um planeta graúdo pode ser maior do que uma anã marrom que seja realmente nanica. Já se pensou em diferenciar os dois tipos de corpo celeste pela sua composição química. Impossível. Ambos são formados pelos mesmos elementos, hidrogênio e hélio. A única diferença entre uma anã marrom e um planeta está no seu miolo: os planetas são formados de rochas e gelo, enquanto a anã marrom é composta apenas por gases. Mas é impossível, com os equipamentos disponíveis, descobrir do que são feitos os planetas extra-solares. Enquanto não se descobre um jeito de viajar até lá, o único critério que os cientistas estão conseguindo aplicar baseia-se na excentricidade de cada um dos objetos – uma estrela anã teria uma órbita mais elíptica do que a de um planeta. Se for assim, o HD 114762 pode girar tranqüilo. Sua órbita continua sendo a de um planeta.
Comentários
Postar um comentário
Se você achou interessante essa postagem deixe seu comentario!