ROVER CURIOSITY PODERÁ SUBIR MONTE COM ALTURA DO KILIMANJARO
Composição colorida da cratera Gale, que tem um monte de sedimentos com cinco quilómetros.
Crédito: NASA/JPL/Malin Space Science Systems
No passado dia 24 de Junho, os cientistas da missão Curiosity escolheram os dois possíveis locais de aterragem do rover, de entre uma pequena lista já reduzida para quatro. Num destes locais, o Curiosity terá a difícil tarefa de subir um monte rochoso, tão alto quanto o Monte Kilimanjaro. Há anos que se debate o local de aterragem do veículo, que custou 2,5 mil milhões de dólares e tem lançamento previsto para Novembro. A NASA vai agora reflectir sobre as recomendações dos cientistas da missão, mas não está obrigada e seguir qualquer uma delas.
Um das opções é a cratera Gale com 150 km de diâmetro, que tem no seu centro um monte com cinco quilómetros de altura. Este monte contém argilas e minerais de sulfato que requerem água para se formar, sugerindo que foram dispostos em camadas sedimentares quando a água encheu a cratera ao longo de um período de poucas centenas de milhões de anos, com início há cerca de 3,8 mil milhões de anos atrás. "Dado que é uma espécie de tijela, tem recolhido evidências do passado de Marte nos sedimentos," afirma Ray Arvidson da Universidade de Washington em St. Louis, que participou em discussões anteriores acerca dos possíveis locais de aterragem. O Curiosity aterraria perto do monte, para então dirigir-se para a sua superfície.
Dado que as rochas mais antigas encontram-se na base do monte, à medida que o rover subisse, podia seguir como a química do planeta - e a habitabilidade pontencial - foi sendo alterada ao longo do tempo. Material orgânico, que poderá ser um sinal de vida, pode estar preservado nas rochas. "Para este estudo, temos literalmente que subir a base de uma montanha," afirma o cientista principal da missão, John Grotzinger do Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena, EUA.
Um das opções é a cratera Gale com 150 km de diâmetro, que tem no seu centro um monte com cinco quilómetros de altura. Este monte contém argilas e minerais de sulfato que requerem água para se formar, sugerindo que foram dispostos em camadas sedimentares quando a água encheu a cratera ao longo de um período de poucas centenas de milhões de anos, com início há cerca de 3,8 mil milhões de anos atrás. "Dado que é uma espécie de tijela, tem recolhido evidências do passado de Marte nos sedimentos," afirma Ray Arvidson da Universidade de Washington em St. Louis, que participou em discussões anteriores acerca dos possíveis locais de aterragem. O Curiosity aterraria perto do monte, para então dirigir-se para a sua superfície.
Dado que as rochas mais antigas encontram-se na base do monte, à medida que o rover subisse, podia seguir como a química do planeta - e a habitabilidade pontencial - foi sendo alterada ao longo do tempo. Material orgânico, que poderá ser um sinal de vida, pode estar preservado nas rochas. "Para este estudo, temos literalmente que subir a base de uma montanha," afirma o cientista principal da missão, John Grotzinger do Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena, EUA.
O delta da cratera Eberswalde, visto pela Mars Global Surveyor. Crédito: NASA/JPL/Malin Space Science Systems
Os cientistas da missão esperam poder explorar pelo menos as primeiras centenas de metros desta gigantesca formação. Mas se o rover for como o famosíssimo Opportunity, que está ainda em funcionamento sete anos após a sua garantia de três meses ter expirado, pode bem subir muito mais, afirma Grotzinger. A outra escolha da equipa é outra antiga cratera/lago, Eberswalde, que mostra também sinais de argilas. No passado, desaguava aí um rio, trazendo com ele enormes quantidades de material, sendo depositado no seu chão.
A ligação com o rio dá aos cientistas uma clara compreensão de como os sedimentos foram depositados. "Um delta é um mecanismo natural pelo qual materiais acumulam-se na sua base," afirma Grotzinger. "Se houvesse matéria orgânica na água transportada, tenderia a ficar acumulada onde agora vemos a assinatura de argilas a partir de órbita." Os processos que criaram o monte em Gale não são tão óbvios, afirma. O sedimento pode ter sido depositado quando a água na cratera evaporou-se, ou quando o material em volta escorregou para a base, acrescenta Arvidson.
A água pode também ter preenchido a cratera intermitentemente - talvez devido a chuvas sazonais, quando Marte tinha climas molhados, ou a partir de águas subterrâneas em épocas temporais subsequentes. A formação dos sedimentos em Gale é "menos bem definido," afirma Grotzinger. "Em Eberswalde, temos um alvo muito particular - as camadas que vemos pertencem geneticamente ao contexto de um delta." Mas a Eberswalde está mais longe do equador e é por isso um local mais frio, por isso o rover poderá precisar de mais energia para aí desempenhar as suas funções, avisa Arvidson.
Os cientistas já escolheram um favorito? Não, afirma Grotzinger - para a equipa da missão, são "ambos valiosos". O facto de haver escolha é até motivo de celebração, salienta. No passado, a tecnologia limitava os locais para onde podíamos enviar um rover. "Penso que os cientistas sempre se sentiram felizardos por obter algo até com metade desta qualidade," afirma Grotzinger. "Agora temos dois locais com uma riqueza indiscritível."
Fonte: http://www.ccvalg.pt/astronomia/A ligação com o rio dá aos cientistas uma clara compreensão de como os sedimentos foram depositados. "Um delta é um mecanismo natural pelo qual materiais acumulam-se na sua base," afirma Grotzinger. "Se houvesse matéria orgânica na água transportada, tenderia a ficar acumulada onde agora vemos a assinatura de argilas a partir de órbita." Os processos que criaram o monte em Gale não são tão óbvios, afirma. O sedimento pode ter sido depositado quando a água na cratera evaporou-se, ou quando o material em volta escorregou para a base, acrescenta Arvidson.
A água pode também ter preenchido a cratera intermitentemente - talvez devido a chuvas sazonais, quando Marte tinha climas molhados, ou a partir de águas subterrâneas em épocas temporais subsequentes. A formação dos sedimentos em Gale é "menos bem definido," afirma Grotzinger. "Em Eberswalde, temos um alvo muito particular - as camadas que vemos pertencem geneticamente ao contexto de um delta." Mas a Eberswalde está mais longe do equador e é por isso um local mais frio, por isso o rover poderá precisar de mais energia para aí desempenhar as suas funções, avisa Arvidson.
Os cientistas já escolheram um favorito? Não, afirma Grotzinger - para a equipa da missão, são "ambos valiosos". O facto de haver escolha é até motivo de celebração, salienta. No passado, a tecnologia limitava os locais para onde podíamos enviar um rover. "Penso que os cientistas sempre se sentiram felizardos por obter algo até com metade desta qualidade," afirma Grotzinger. "Agora temos dois locais com uma riqueza indiscritível."
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