Kepler da Nasa descobre múltiplos planetas que orbitam um par de estrelas
Astrônomos americanos anunciaram a descoberta nesta terça-feira em Pequim. Sistema está a cinco mil anos-luz da Terra
Representação artística do sistema Kepler-47. Crédito: NASA/JPL-Caltech/T.Pyle
Uma equipe de astrónomos liderada por Jerome Orosz, da San Diego State University, acaba de publicar um artigo na revista Science descrevendo a descoberta do primeiro sistema planetário (2 planetas) em órbita de um sistema binário central (2 estrelas). Previamente tinham sido já descobertos planetas em órbita de sistemas binários, e.g., Kepler-16, Kepler-34 e Kepler-35, mas nunca mais do que um planeta em cada sistema. Situado a cerca de 4900 anos-luz na direcção da constelação do Cisne, o Kepler-47, como foi designado, é constituído por um sistema binário de estrelas, as Kepler-47A e -47B, que se eclipsam periodicamente quando vistas a partir da Terra.
As estrelas estão tão próximas que orbitam um centro de gravidade comum em apenas 7.5 dias. A Kepler-47A tem um tamanho semelhante ao do Sol mas apenas 84% da sua luminosidade. A Kepler-47B, por seu lado, tem apenas 1 terço do tamanho e menos de 1% do brilho da nossa luminária. Os dois planetas descobertos, Kepler-47b e -47c, orbitam em torno do centro de gravidade do sistema binário e não em torno de uma das estrelas individualmente. No jargão técnico planetas deste tipo designam-se de “tipo P” (circumbinários), por contraste com os planetas de “tipo S” (que orbitam estrelas individuais).
As estrelas estão tão próximas que orbitam um centro de gravidade comum em apenas 7.5 dias. A Kepler-47A tem um tamanho semelhante ao do Sol mas apenas 84% da sua luminosidade. A Kepler-47B, por seu lado, tem apenas 1 terço do tamanho e menos de 1% do brilho da nossa luminária. Os dois planetas descobertos, Kepler-47b e -47c, orbitam em torno do centro de gravidade do sistema binário e não em torno de uma das estrelas individualmente. No jargão técnico planetas deste tipo designam-se de “tipo P” (circumbinários), por contraste com os planetas de “tipo S” (que orbitam estrelas individuais).
A “zona habitável” no Sistema Solar e em torno do sistema binário Kepler-47AB. Crédito: NASA/JPL-Caltech/T.Pyle
O sistema planetário é notável porque, para além do sistema binário de eclipse central, os dois planetas realizam trânsitos sobre os discos das duas estrelas! De facto, os astrónomos foram alertados para o potencial interesse do sistema pelo facto dos trânsitos dos planetas não seguirem um padrão regular. Ao contrário do que acontece com planetas que orbitam uma única estrela, o Kepler-47b e o Kepler-47c realizam trânsitos sobre estrelas em movimento orbital pelo que o intervalo entre trânsitos e a sua duração varia substancialmente. O planeta mais interior, Kepler-47b, orbita o par de estrelas em apenas 50 dias (por comparação Mercúrio orbita o Sol em 88 dias) e tem apenas 3 vezes o raio de Terra. A sua atmosfera gasosa super-aquecida poderá estar permanentemente coberta por uma espessa névoa de hidrocarbonetos resultantes da decomposição de metano pela radiação ultravioleta proveniente das estrelas.
O planeta exterior, Kepler-47c, é mais interessante. Orbita o sistema binário cada 303 dias e situa-se na “zona habitável” do sistema, uma região do espaço onde a água poderia existir no estado líquido na superfície de um planeta. No entanto, o Kepler-47c é ligeiramente maior do que Neptuno e deverá ser, provavelmente, um gigante de gelo semelhante ao deus dos oceanos, mas com uma atmosfera visível muito mais quente e formada, provavelmente, por espessas nuvens de vapor de água. Esta descoberta mostra que, para além de planetas isolados em órbitas estáveis, poderão existir sistemas planetários completos, estáveis, em torno de sistemas binários, num ambiente que outrora se pensava potencialmente adverso para a formação de planetas. Vejam o vídeo seguinte (em inglês) com a descrição da descoberta.
O planeta exterior, Kepler-47c, é mais interessante. Orbita o sistema binário cada 303 dias e situa-se na “zona habitável” do sistema, uma região do espaço onde a água poderia existir no estado líquido na superfície de um planeta. No entanto, o Kepler-47c é ligeiramente maior do que Neptuno e deverá ser, provavelmente, um gigante de gelo semelhante ao deus dos oceanos, mas com uma atmosfera visível muito mais quente e formada, provavelmente, por espessas nuvens de vapor de água. Esta descoberta mostra que, para além de planetas isolados em órbitas estáveis, poderão existir sistemas planetários completos, estáveis, em torno de sistemas binários, num ambiente que outrora se pensava potencialmente adverso para a formação de planetas. Vejam o vídeo seguinte (em inglês) com a descrição da descoberta.
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