Batismo de planeta extrassolar gera polêmica
União de astrônomos critica concurso pago de organização
Que tal um mundo inteiro para chamar de seu? Sonho de vilões da ficção, isso agora está ao alcance de todos dispostos a pagar módicos US$ 4,99 (cerca de R$ 10). E embora a quantia não vá garantir a posse do astro, pelo menos dará a possibilidade de indicar um nome - votar custa mais US$ 0,99 - em um concurso criado pela organização americana Uwingu (“céu” na língua africana suaíli) para batizar o planeta extrassolar até o momento designado como Alpha Centauri Bb. A iniciativa, porém, é alvo de duras críticas da União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês), que classificou-a como “golpe” e afirma ser a única instituição com autoridade para batizar oficialmente objetos celestes.
Desde que o primeiro planeta extrassolar foi descoberto, nos anos 90, os cientistas já confirmaram a existência de mais de 800 astros do tipo, com outros milhares aguardando confirmação. Como regra geral, eles recebem uma designação com base no modo como suas estrelas são conhecidas em sistemas de catalogação celeste de ampla aceitação pela comunidade astronômica. Desta forma, o planeta em questão, o mais próximo da Terra já encontrado e que orbita da estrela Alpha Centauri B, a pouco menos de 4,4 anos-luz de distância, recebeu sua designação com a inclusão de um “b” ao nome da estrela, indicando ser o segundo objeto conhecido no sistema.
De acordo com comunicado da IAU, embora esse tipo de designação “possa parecer chato quando se levam em consideração os nomes dos planetas em nosso próprio Sistema Solar”, o grande número de objetos celestes em nosso Universo - galáxias, estrelas e planetas, entre outros - requer critérios claros para batizá-los, já que os nomes “devem funcionar em diferentes línguas e culturas” e “permitir a colaboração mundial em pesquisas e evitar confusão”. Ainda segundo a instituição, a iniciativa da Uwingu se assemelha o outros golpes, como a venda de terrenos na Lua e em Marte, e qualquer que seja o nome escolhido no concurso, ele não terá validade oficial.
A reação da IAU, no entanto, não desanimou a Uwingu, que tem entre seus fundadores o ex-cientista-chefe da Nasa Alan Stern. Em resposta ao comunicado da instituição, ela lembrou que muitos objetos celestes têm nomes informais e populares, como a Via Láctea, ou múltiplas designações, como a estrela Polaris, também conhecida como Estrela do Norte, Alpha Ursa Minori, HD8890, HIP 11767, SAO 308, ADS 1477, FK5 907 e várias outras. A Uwingu também destacou que muitos astrônomos, astronautas e cientistas já batizaram objetos celestes e formações na Lua e em Marte sem passar pelo crivo da IAU.
“A Uwingu reafirma o direito da IAU de criar sistemas de nomes para os astrônomos, mas consideramos que a IAU não tem a prerrogativa - informal ou oficial - de controlar o batismo popular de objetos celestes ou características deles, assim como os geógrafos não têm a prerrogativa de controlar os nomes dados pelas pessoas às formações que encontram em trilhas de caminhada”, afirmou a organização também em um comunicado, acrescentando que, graças à polêmica, adiou para a próxima segunda-feira, 22 de abril, o fim da votação, inicialmente previsto para anteontem.
Desde que o primeiro planeta extrassolar foi descoberto, nos anos 90, os cientistas já confirmaram a existência de mais de 800 astros do tipo, com outros milhares aguardando confirmação. Como regra geral, eles recebem uma designação com base no modo como suas estrelas são conhecidas em sistemas de catalogação celeste de ampla aceitação pela comunidade astronômica. Desta forma, o planeta em questão, o mais próximo da Terra já encontrado e que orbita da estrela Alpha Centauri B, a pouco menos de 4,4 anos-luz de distância, recebeu sua designação com a inclusão de um “b” ao nome da estrela, indicando ser o segundo objeto conhecido no sistema.
De acordo com comunicado da IAU, embora esse tipo de designação “possa parecer chato quando se levam em consideração os nomes dos planetas em nosso próprio Sistema Solar”, o grande número de objetos celestes em nosso Universo - galáxias, estrelas e planetas, entre outros - requer critérios claros para batizá-los, já que os nomes “devem funcionar em diferentes línguas e culturas” e “permitir a colaboração mundial em pesquisas e evitar confusão”. Ainda segundo a instituição, a iniciativa da Uwingu se assemelha o outros golpes, como a venda de terrenos na Lua e em Marte, e qualquer que seja o nome escolhido no concurso, ele não terá validade oficial.
A reação da IAU, no entanto, não desanimou a Uwingu, que tem entre seus fundadores o ex-cientista-chefe da Nasa Alan Stern. Em resposta ao comunicado da instituição, ela lembrou que muitos objetos celestes têm nomes informais e populares, como a Via Láctea, ou múltiplas designações, como a estrela Polaris, também conhecida como Estrela do Norte, Alpha Ursa Minori, HD8890, HIP 11767, SAO 308, ADS 1477, FK5 907 e várias outras. A Uwingu também destacou que muitos astrônomos, astronautas e cientistas já batizaram objetos celestes e formações na Lua e em Marte sem passar pelo crivo da IAU.
“A Uwingu reafirma o direito da IAU de criar sistemas de nomes para os astrônomos, mas consideramos que a IAU não tem a prerrogativa - informal ou oficial - de controlar o batismo popular de objetos celestes ou características deles, assim como os geógrafos não têm a prerrogativa de controlar os nomes dados pelas pessoas às formações que encontram em trilhas de caminhada”, afirmou a organização também em um comunicado, acrescentando que, graças à polêmica, adiou para a próxima segunda-feira, 22 de abril, o fim da votação, inicialmente previsto para anteontem.
Fonte:O GLOBO
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