Prepare-se para as Perseídas de 2013

Os meteoros que aqui se vêm, ao retraçar os seus percursos, vão dar ao radiante, localizado na constelação de Perseu.
Crédito: Fred Bruenjes

Uma eterna favorita entre astrónomos, a chuva de meteoros das Perseídas faz o seu retorno anual nas noites de 11-12 e 12-13 de Agosto. Este ano, a chuva de meteoros das Perseídas atinge o seu pico quando não há quase Lua, proporcionando um céu escuro para os espectadores noctívagos e contadores de estrelas cadentes. A fina Lua Crescente põe-se cedo, por isso interfere pouco no evento deste ano. A Terra deve passar pela parte mais densa do fluxo de meteoros durante algumas horas do dia 12, por volta das 19-20:00 (hora de Portugal). Isto significa que o pico da chuva divide a diferença entre as primeiras horas de 12 de Agosto e as primeiras horas de dia 13, para nós cá na Europa. Por isso, o número que contar em cada destas noites, mesmo em condições ideais (sem poluição luminosa e com o radiante quase na sua altura máxima) pode não coincidir com o pico previsto pela Organização Internacional de Meteoros de 100 por hora. Mas as surpresas podem sempre acontecer.
 
Algumas Perseídas aparecem a partir das 21:00, mas são sempre melhores a partir das 23 horas ou meia-noite, até ao amanhecer. É quando o radiante da chuva a Norte de Perseu sobe no céu a Nordeste. Ou, dito de outra forma, é quando o nosso lado da Terra se vira mais directamente para o fluxo de meteoros. Estas "estrelas cadentes" são na realidade detritos do Cometa 109P/Swift-Tuttle. Riscando a atmosfera superior da Terra a uns relativamente rápidos 60 km/s, criam plasma superaquecido (moléculas ionizadas de ar) ao longo do seu caminho. Este gás incandescente, que inclui vapor da partícula em incineração, cria os riscos momentâneos de luz que vemos no céu.
 
As partículas maiores criam estrelas cadentes maiores. Os cientistas descobriram que as Perseídas são mais ricas nestas "bolas de fogo" do que qualquer outra chuva. Além disso, o brilho médio de cada meteoro tem uma magnitude de -2,7, em comparação com -2,0 das Geminídeas (uma bola de fogo é qualquer meteoro com magnitude superior ou igual a -4,0). O Cometa Swift-Tuttle tem um enorme núcleo, cerca de 26 km em diâmetro. A maioria dos outros cometas são muito mais pequenos, com apenas alguns quilómetros de diâmetro. Como resultado, o Swift-Tuttle produz um maior número de meteoros, muitos dos quais são grandes o suficiente para produzir bolas de fogo.
 
Duas chuvas muito mais fracas estão também activas nesta época do ano, as Delta Aquáridas e as Kappa Cygnídeas. Observar meteoros é muito fácil! Encontre um local com um céu aberto e sem luzes brilhantes. Deite-se numa cadeira reclinável ou no chão, aconchegue-se numa manta ou num saco-cama, protegido dos mosquitos e do frio, e observe as estrelas. Combine uma noitada com um ou mais amigos, e observem em direcções opostas para aumentar as hipóteses de avistarem meteoros. Pode esperar uma média de uma Perseída por minuto sob boas condições, menos se tiver poluição luminosa significativa.
 
 Pode também trazer um par de binóculos para examinar aqueles rastos deixados por maiores bolas de fogo, que podem persistir durante alguns segundos no céu. Esteja atento aos sons. Será que consegue "ouvir" meteoros? A Ciência diz-nos que os sons não viajam pela ténue atmosfera acima dos 50 km, mas no entanto relatos de meteoros audíveis como um silvo ou uma crepitação persistem. Será apenas uma ilusão? Cientistas em 1988 estudaram este fenómeno, que por vezes é também relatado durante auroras. O culpado pode ser a produção localizada de ruídos electrofónicos pela radiação electromagnética de frequência muito baixa. Em todo o caso, até pode usar um rádio para detectar meteoros.
 
Os meteoros podem também ter cor. Verde é o tom mais comum. Se tiver gosto por fotografia, pode tirar longas exposições. As Perseídas foram especialmente notáveis na década de 1990, aquando do regresso mais recente do Swift-Tuttle, mas desde então voltaram à sua aparência normal. O cometa tem passagem prevista pelo Sistema Solar interior em meados da década de 2120.
Fonte: Astronomia On-Line

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