O ataque das estrelas canibais
Comilança de planetas pode ser um fenômeno muito comum fora do
Sistema Solar
Fim de um planeta Em ilustração, corpo de um sistema
solar instável é atraído por estrela
O nosso sistema solar pode ser um oásis de tranqüilidade no
Universo. Terra, Marte, Vênus e os demais planetas caminham sem grandes
atropelos nas órbitas programadas ao redor do Sol. Mudanças, quando ocorrem, não
costumam afetar o equilíbrio do sistema. É, digamos, o paraíso espacial. Mas não é o que parece estar ocorrendo em outras paragens. Planetas
descobertos nos últimos dez anos bem longe do Sistema Solar enfrentam tempos de
turbulência. São muito grandes ou estão em órbitas instáveis. Não bastasse isso,
exercem influência uns sobre os outros até se aproximar demais da estrela-mãe e
serem engolidos. Constituem o prato principal no banquete que se poderia chamar
de sistema de estrelas canibais.
Os cientistas já desconfiavam dessa comilança desde que os primeiros planetas além do Sistema Solar foram descobertos. Na maioria dos casos, constituíam corpos estranhos. Eram gigantescos e muito próximos da estrela, desafiando as teorias de formação de sistemas solares no Universo. Alguns possuíam órbitas irregulares - chegavam muito perto da estrela e depois se afastavam para bem longe. A conclusão dos astrônomos: alguma coisa estava errada. Os gigantes gasosos que encontramos perto dessas estrelas deveriam ter se formado a uma distância muito maior do que aquela em que estavam", conta Nuno Ramos, astrônomo português do Observatório de Genebra, na Suíça. Eles podem ter se aproximado da estrela pela interação com os outros planetas e podem ser engolidos por ela."
Ramos participou de um estudo recente mostrando que as
estrelas estariam cometendo canibalismo. "Parece que a destruição dos planetas
não é um fenômeno tão raro no Universo", comenta o astrônomo Garik Israelian, do
Instituto de Astrofísica das
Canárias, na Espanha, e um dos autores da pesquisa. Ao estudar a composição química de algumas estrelas semelhantes ao Sol, os
astrônomos encontraram a comprovação. A HD
82943, que possui pelo menos dois planetas em sua órbita, tinha quantidades
anormais de um isótopo chamado lítio-6 em sua atmosfera. O lítio-6, dizem os
pesquisadores, é consumido no início da vida das estrelas, mas permanece intacto
nos planetas. A única explicação para sua presença na HD 82943 era, portanto,
que ela tivesse devorado algum planeta. O mesmo processo de ingestão pode ter
ocorrido em outros sistemas.
Fonte: Galileu
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