Uma tempestade solar que poderia acabar com a civilização moderna quase nos atingiu em 2012

Handout photo released by Nasa Earth Observatory on June 7, 2011 and taken from Nasa's Solar Dynamics Observatory (SDO) shows th

Como você deve ter percebido, o mundo não acabou em 2012, mas foi por pouco. Segundo a NASA, uma tempestade solar grande o suficiente para “levar a civilização moderna de volta para o século XVIII” passou raspando pela Terra naquele ano. O clima espacial extremo atravessou a órbita do nosso planeta em 23 de julho de 2012 e era o mais poderoso em 150 anos, de acordo com um comunicado publicado no site da agência espacial dos EUA. No entanto, poucos terráqueos tinham ideia do que estava acontecendo na época. “Se a erupção tivesse ocorrido apenas uma semana antes, a Terra teria sido pega na linha de fogo”, aponta Daniel Baker, professor de Física Atmosférica e Espacial da Universidade do Colorado, nos EUA.

Em vez disso, a nuvem de tempestade atingiu a nave espacial STEREO-A, um observatório solar que é “quase idealmente equipado para medir os parâmetros de um evento como esse”, de acordo com a NASA. Os cientistas analisaram a grande quantidade de dados coletados e concluíram que, caso atingisse a Terra, a tempestade teria sido comparável à maior tempestade espacial registrada, que aconteceu em 1859 e ficou conhecida como o evento Carrington. Ela também teria sido duas vezes pior do que a tempestade solar registrada em 1989, que atingiu com força Quebec, no Canadá. “Analisando nossos estudos recentes, estou mais convencido do que nunca de que a Terra e os seus habitantes tiveram uma sorte incrível que essa erupção em 2012 aconteceu quando aconteceu”, comemora Baker.

A Academia Nacional de Ciências dos EUA afirma que o impacto econômico de uma tempestade como a que aconteceu em 1859 poderia custar à economia moderna mais de dois trilhões de dólares e causar danos que levariam anos para ser reparados. Especialistas explicam que as tempestades solares podem causar blecautes generalizados e a desativação de tudo entre o rádio até o GPS, passando pelo abastecimento de água, que geralmente conta com bombas elétricas. Tais tempestades começam com uma explosão na superfície do sol, conhecida como labareda solar, enviando raios-X e radiação UV extremos em direção à Terra à velocidade da luz.

Partículas energéticas como elétrons e prótons vêm em nossa direção horas mais tarde, podendo eletrificar satélites e danificar aparelhos eletrônicos. Em seguida, aparecem as ejeções de massa coronal, nuvens de bilhões de toneladas de plasma magnetizado que levam um dia ou mais para atravessar o espaço entre o sol e a Terra. Elas são muitas vezes desviadas pelos escudos magnéticos da Terra, mas um golpe direto poderia ser devastador.

Há uma chance de 12% de uma “super” tempestade solar, do tamanho do evento Carrington, atingir a Terra nos próximos 10 anos, segundo o físico Pete Riley, que publicou um artigo na revista Space Weather no início deste ano sobre o tema. Sua pesquisa foi baseada em uma análise de registros de tempestades solares nos últimos 50 anos. “Inicialmente, fiquei bastante surpreso que as chances eram tão altas, mas as estatísticas parecem estar corretas”, indica Riley.
Fonte: HypeScience.com

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