Será que há CENTENAS DE BILHÕES de planetas semelhantes à Terra na nossa galáxia?

via lactea pode ter bilhoes de exoplanetas

Usando uma técnica estatística de 200 anos de idade, uma equipe de astrônomos australianos concluiu que praticamente todas as estrelas na Via Láctea abrigam pelo menos um a dois planetas terrestres capazes de ter vida. Tim Bovaird e Charley Lineweaver, da Universidade Nacional da Austrália, chegaram às suas conclusões através da aplicação da “relação Titius-Bode” para prever a posição de planetas hipotéticos que telescópios espaciais e terrestres não conseguem detectar. Também chamada de “Lei de Bode”, a relação Titius-Bode sugere que corpos celestes em alguns sistemas orbitam em semieixos maiores em função da sequência planetária. Descoberta em 1766 por Johann Daniel Titius, a lei também mostrou que as órbitas dos planetas do sistema solar seguiam uma regra aritmética bem simples, quase o tempo todo.

A fórmula original era:

a = (n + 4) / 10
onde n = 0,3,6,12,24,48…

A fórmula moderna é que a distância média “a” do planeta ao sol é, em unidas astronômicas (UA da Terra = 147.597*106 km):
a = 0.4 + 0.3 x k
onde k = 0,1,2,4,8,16,32,64,128…


Inspirados pelo fato de que esta relação previu corretamente as órbitas de Ceres e Urano, Bovaird e Lineweaver a utilizaram para prever quantos exoplanetas terrestres na zona habitável de sua estrela podiam existir na Via Láctea. Para realizar seus cálculos, os pesquisadores pegaram amostras de sistemas com vários exoplanetas conhecidos, que continham pelo menos três planetas em trânsito detectados pelo telescópio espacial Kepler. Em seguida, usando a relação Titius-Bode, previram 228 planetas adicionais em 151 destes sistemas. Os resultados mostraram que, em média, há cerca de dois planetas na zona habitável de cada estrela. A zona habitável é o ponto de um sistema solar onde um planeta parecido com a Terra é capaz de sustentar água líquida na sua superfície, um pré-requisito para a existência da vida como a conhecemos.

“Olhamos para o subconjunto de estrelas que têm múltiplos planetas, e não apenas um ou dois, e descobrimos que estes sistemas de exoplanetas se encaixam na relação [Titius-Bode] melhor do que o nosso sistema solar”, observou Lineweaver. Os cientistas também produziram uma pequena lista de 77 planetas previstos em 40 sistemas que provavelmente transitarão no nosso plano de visão, o que deve ajudar os esforços atuais de detecção de planetas do Kepler. No entanto, vale lembrar que estas são apenas previsões. Como indicador de planetas em potencial, a relação Titius-Bode está longe de ser perfeita. Ela não consegue, por exemplo, prever a órbita de Netuno em nosso próprio sistema solar. Além do mais, esta análise não pode ser usada para prever a ocorrência da verdadeira habitabilidade e a presença de vida extraterrestre.

Dito isso, a previsão de que nossa galáxia contém centenas de bilhões de exoplanetas potencialmente habitáveis é de cair o queixo. “Os ingredientes para a vida são abundantes, e agora sabemos que ambientes habitáveis também são abundantes. No entanto, o universo não é repleto de alienígenas com inteligência humana. Caso contrário, teríamos visto ou ouvido falar neles. Pode ser que haja algum outro fator essencial para o surgimento da vida que nós ainda não descobrimos. Ou pode ser civilizações inteligentes evoluem, mas, em seguida, se autodestroem”, conclui Lineweaver.
Fonte: Hypescience.com
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