Veja o céu de 10 bilhões de anos atrás

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Impressão artística do céu noturno a partir de um exoplaneta hipotético dentro da uma jovem Via Láctea há 10 bilhões de anos, que mostra o céu a “arder” com formação estelar. As nuvens cor-de-rosa contêm estrelas recém-nascidas e os enxames de estrelas jovens azul-esbranquiçadas estão espalhados por toda a paisagem celeste.Créditos: NASA/ESA/Z. Levay (STScI)

Em uma das pesquisas multi-observatório mais abrangentes já feitas, astrônomos acreditam que as galáxias como a nossa Via Láctea sofreram um “baby boom” – apelido dado ao súbito aumento de natalidade que aconteceu logo depois da Segunda Guerra Mundial -, produzindo estrelas a uma velocidade absurda, cerca de 30 vezes mais rápido do que hoje. Os resultados da pesquisa foram publicados na revista “The Astrophysical Journal. O nosso sol, no entanto, não estava nessa festa. O frenesi de parto de estrelas da Via Láctea teve seu pico 10 bilhões de anos atrás, mas a nossa estrela estava atrasada e só foi se formar aproximadamente 5 bilhões de anos atrás.

Neste momento, a taxa de formação de estrelas em nossa galáxia já tinha diminuído muito de ritmo. Com base nestas informações, a NASA transformou em imagem como seria o nosso céu em meio a este boom de estrelas por todos os lados. Porém, não precisa perder tempo procurando o nosso sol, ainda não nascido. Perder a festa, no entanto, pode não ter sido tão ruim. O aparecimento tardio do sol pode ter promovido o crescimento dos planetas do nosso sistema solar. Elementos mais pesados ​​que o hidrogênio e o hélio eram mais abundantes no final desse boom à medida que estrelas mais massivas terminavam suas vidas precoces e enriqueciam a galáxia com material que servia como blocos de construção dos planetas e até mesmo da vida na Terra.

Infância da Via Láctea

Os astrônomos não têm o álbum de bebê da Via Láctea para traçar a história da formação e crescimento estelar. Em vez disso, eles compilaram a história ao estudar galáxias com massa semelhantes à nossa, encontradas em pesquisas profundas do universo. Quanto mais longe os astrônomos vão no universo, mais eles “voltam no tempo”, porque a luz das estrelas de muito tempo atrás só está chegando na Terra agora. A partir desses levantamentos, que se estendem de volta no tempo mais de 10 bilhões de anos, os pesquisadores reuniram um álbum de imagens contendo cerca de 2 mil fotos de galáxias semelhantes à Via Láctea.

O novo censo fornece o quadro mais completo já feito de como as galáxias como a Via Láctea cresceram ao longo dos últimos 10 bilhões de anos e chegaram às galáxias espirais majestosas de hoje. O estudo se estende da luz ultravioleta à luz infravermelha distante, combinando observações dos telescópios espaciais da NASA Hubble e Spitzer, do Observatório Espacial Herschel, pertencente à Agência Espacial Europeia, e de telescópios terrestres, incluindo o Telescópio Baada Magellan, no Observatório Las Campanas, no Chile.  

Este estudo nos permite ver como a Via Láctea pode ter sido no passado”, disse Casey Papovich, da Texas A & M University, autor principal do estudo. “Isso mostra que essas galáxias passaram por uma grande mudança na massa de suas estrelas nos últimos 10 bilhões de anos, aumentando em um fator de até 10, o que confirma as teorias sobre o seu crescimento. E a maior parte desse crescimento de massa estelar aconteceu nos primeiros 5 bilhões de anos de seu nascimento”.

Um punhado de estrelas

A nova análise reforça pesquisas anteriores que mostraram que galáxias semelhantes à Via Láctea começaram como pequenos aglomerados de estrelas. As galáxias construíram a si mesmas pela ingestão de grandes quantidades de gás que provocaram uma tempestade de nascimento de estrelas. O estudo revela uma forte correlação entre a formação de estrelas das galáxias e seu crescimento em massa estelar. Observações revelaram que, conforme a fabricação de estrelas abrandou, o crescimento das galáxias também diminuiu.

“Eu acho que as evidências sugerem que nós podemos atribuir a maioria do desenvolvimento de uma galáxia como a Via Láctea à sua formação de estrelas”, diz Papovich. “Quando nós calculamos a taxa de formação estelar de uma galáxia como a Via Láctea e somamos todas as estrelas que ela teria produzido, é bastante coerente com o crescimento de massa que esperávamos. Para mim, isso significa que somos capazes de compreender o crescimento de uma galáxia ‘padrão’ com a massa de uma galáxia Via Láctea”.
Fontes: Hypescience.com
[Phys.org]

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