Astrônomos descobrem dois júpiteres quentes inflados
“Júpiter quente” é o nome dado a exoplanetas com características similares a do nosso gigante gasoso, mas cujas órbitas passam bem mais perto de suas estrelas
(Foto: NASA, ESA & G. Bacon (Space Telescope Science Institute) - STScI-PRC08-11) O retrato artístico de um "júpiter quente" feito pela NASA. Um ótimo lugar para pegar um "bronze".
Uma equipe de pesquisadores liderada por Joel Hartman da Universidade Princeton, nos Estados Unidos, revelou, em artigo científico publicado no Astrophysical Journal e disponível no arxiv.org, dois gigantes gasosos orbitando suas estrelas de distâncias muito, muito pequenas. Os nomes deles não são nada simpáticos – HAT-P-65b e HAT-P-66b –, mas essa não é o fato mais curioso sobre a dupla de exoplanetas: ambos estão inflados, ou seja, têm diâmetros bem maiores do que o esperado.
Eles não são os únicos grandões da Via Láctea que gostam ficar bem perto do calor das estrelas. Gigantes gasosos com períodos de translação muito curtos (2,9 e 2,6 dias, no caso da dupla recém-descoberta) são tão comuns, na verdade, que a classe ganhou um nome específico no jargão astronômico: “júpiter quente”.
Os corpos orbitam as estrelas HAT-P-65 and HAT-P-66, que estão em um estágio de desenvolvimento conhecido como turn-off da sequência principal, quando o combustível do astro começa a acabar. O planetas, por sua vez, têm, respectivamente, 1,9 e 1,6 vezes o diâmetro de Júpiter, mas só 0,5 e 0,8 vezes sua massa, o que caracteriza a inflação. Esse padrão, de planetas inflados orbitando estrelas no final da sequência principal, já foi identificado mais de uma vez nas nossas redondezas.
Ainda não se sabe com exatidão o que causa a inflação em exoplanetas gasosos. Segundos os próprios pesquisadores, uma análise estatística de vários júpiteres quentes indica uma clara relação entre o estágio de evolução de uma estrela e o grau de inflação de seu gigante gasoso, hipótese que é reforçada por essa descoberta – em outras palavras, o comportamento da nova dupla não é mera coincidência.
A hipótese dos autores do artigo é que estrelas em pré-sequência principal, um estágio anterior ao que é mencionado, seriam responsáveis por contrair os planetas que as orbitam. Quando elas atingem a sequência principal, os níveis elevados de radiação promoveriam a inflação dos gigantes gasosos. A equipe de Hartman acrescenta, porém, que para a energia liberada pela estrelas exercer uma influência tão dinâmica e notável sobre HAT-P-65b e HAT-P-66b, seria necessário que uma parcela considerável da radiação incidente fosse depositada bem fundo no interior dos planetas.
FONTE: GALILEU
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