Bilionário russo quer chegar ao planeta 'Proxima b' em vinte anos

O exoplaneta, localizado na zona habitável da estrela mais próxima do Sol, é o novo alvo do magnata que é apoiado por Stephen Hawking
(Foto: TechCrunch/CC BY 2.0) A serenidade no olhar de quem tem dinheiro para mandar uma nave a a outro sistema estrelar. 

Olhe para o alto. 41,3 trilhões de quilômetros nos separam da estrela mais próxima do Sol, a Proxima Centauri. E é lá que o empresário russo Yuri Milner, investidor em capital de risco com graduação em física, quer chegar. Mais precisamente, ao exoplaneta Proxima b, que orbita a estrela em sua zona habitável e teria, portanto, chances razoáveis de possuir água em estado líquido. A ideia não é utópica, e já tem o apoio de figuras como o físico Stephen Hawking. O Breakthrough Starshot prevê o uso de pequenas naves (menores que um iPhone) impulsionadas pelos fótons de um potente raio laser para viajar a 20% da velocidade da luz. Elas alcançariam o exoplaneta em 20 anos e seriam capazes de mandar um belo close de uma provável casa para o ser humano. 

Desenvolvido pela equipe de Philip Lubin, da Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara, o projeto, que ainda está no papel, teve sua rota original alterada após a descoberta.  Até então, o objetivo era fazer um visita às redondezas de Alpha Centauri. Vista no nosso céu como um único “pontinho”, a estrela mais brilhante da constelação de Centauro é, na verdade, um sistema binário, formado por duas estrelas com um centro gravitacional comum. É provável que Proxima Centauri – a estrela mais próxima do Sol – tenha algum tipo de associação gravitacional com suas duas irmãs maiores, o que faria da dupla, na verdade, um sistema triplo. 

Proxima Centauri é uma pequena anã vermelha. Sua massa é cerca de oito vezes menor que a do Sol, e seu diâmetro, um sétimo do da nossa estrela. Em seu entorno, conforme revelado pela revista alemã Der Spiegel, orbita o Proxima b, planeta rochoso similar à Terra que teria potencial para abrigar vida por estar na região da órbita de sua estrela que pode abrigar água no estado líquido. Uma volta em torno da “Proxima”, ao que tudo indica, dura apenas 11 dias terrestres, uma ótima desculpa para organizar uma festa de ano novo três vezes por mês. E – e isso é o mais importante – ela está a “apenas” 4,22 anos-luz da Terra, uma distância que o projeto financiado por Milner poderia transpor em vinte anos. Por isso, uma "passadinha" no Proxima b agora é essencial. 

O nome dos "celulares" voadores hipotéticos é o trocadillho "starchip" (em inglês, nave espacial é starship). Eles seriam acoplados pelo equivalente espacial de uma vela de navio chamado "lightsail", que ao invés de impulsionada pelo vento seria antingida por um potente conglomerado de raios laser. A velocidade final seria próxima de 215 milhões de quilômetros por hora, o que tornaria Marte brincadeira de criança e permitira chegar a Proxima b em apenas 20 anos. Um tempo considerável em uma vida humana, mas menos de um piscar de olhos na escala cósmica. 
Fonte: GALILEU

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