Estranhos sinais detectados da estrela Ross 128
A Ross 128 é uma das anãs-vermelhas que a equipe vinha observando em busca de planetas. [Imagem: PHL@UPR Arecibo/Aladin Sky Atlas]
Sinais
Radioastrônomos identificaram "sinais muito peculiares" emitidos pela estrela Ross 128, uma pequena anã-vermelha localizada na Constelação da Virgem, a cerca de 11 anos-luz da Terra.
Esta estrela já havia sido alvo de pesquisas por parte do SETI (Instituto de Busca por Inteligências Extraterrestres), mas nenhuma anomalia digna de nota havia sido observada.
Contudo, no dia 12 de Maio, quando Abel Mendez (Universidade de Porto Rico) e Jorge Zuluaga (Universidade de Antioquia) usavam o radiotelescópio de Arecibo para estudar a atividade típica das estrelas - e eventualmente encontrar variações em seu ambiente radiativo e magnético que indicassem a presença de planetas - eles se depararam com um sinal muito diferente de tudo o que já havia sido visto.
"Os sinais consistiam em pulsos de banda larga quase periódicos e sem polarização, com características de dispersão muito fortes. Nós acreditamos que os sinais não são interferências locais de radiofrequência (RFI), uma vez que eles são exclusivos da Ross 128 e as observações de outras estrelas imediatamente antes e depois não mostraram nada semelhante," escreveu Mendez em seu blog no site da universidade.
A equipe imediatamente convocou outros astrônomos, para que outros radiotelescópios pudessem checar o sinal. Isso, claro, incluiu o próprio SETI. Até agora, oito radiotelescópios já se juntaram à busca, embora o sinal possa ser fraco demais para a maioria deles.
Alienígenas ou novo fenômeno físico?
A equipe afirma que a chance de que os sinais sejam emitidos por alguma civilização alienígena está no fim da sua lista de hipóteses para explicar o "estranho sinal".
"Nós não sabemos a origem desses sinais, mas existem três explicações possíveis principais: eles podem ser (1) emissões da Ross 128 semelhantes a erupções solares do tipo II, (2) emissões de outro objeto no campo de visão da Ross 128, ou apenas (3) emissões de um satélite em órbita alta, uma vez que os satélites de órbita baixa se deslocam rapidamente para fora do campo de visão. Os sinais são provavelmente muito fracos para outros radiotelescópios no mundo e o FAST está atualmente em calibração," escreveu Mendez, referindo-se ao maior radiotelescópio do mundo, em fase de testes na China.
Mas o astrônomo prossegue esclarecendo que cada uma dessas três explicações tem seus próprios problemas, o que virtualmente deixa a origem dos sinais da Ross 128 em aberto.
"Por exemplo, as erupções solares de tipo II ocorrem em frequências muito mais baixas e a dispersão sugere uma fonte muito maior ou um campo de elétrons denso (por exemplo, a atmosfera estelar?). Além disso, não há muitos objetos próximos no campo de visão da Ross 128 e nunca vimos satélites emitirem disparos como esse, [e as emissões de satélites] eram comuns em nossas outras observações estelares. No caso de você se perguntar, a hipótese recorrente de alienígenas está abaixo de muitas outras explicações melhores," escreveu Mendez.
Como todo novo fenômeno, no entanto, é bastante provável que a explicação mais razoável para o evento não esteja na lista compilada pelos astrônomos.
A equipe já realizou uma nova etapa de observações usando os oito radiotelescópios agora envolvidos no estudo, e promete anunciar os resultados nos próximos dias.
Fonte: Inovação Tecnológica
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