Planetas anões: que astros são esses?

Na antiguidade a humanidade nomeava três astros no céu: o Sol; a Lua e as estrelas. Elas podiam ser de diversos tipos: as estrelas fixas, que eram o que entendemos por estrelas hoje; as estrelas cadentes, que são os meteoros; estrelas com caudas, cometas, e por último as estrelas errantes, hoje chamados de planetas.

Os primeiros seres humanos identificaram cinco planetas, justamente aqueles que são visíveis a olho nu: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturnos. Foi Nicolau Copérnico em 1543 quem primeiro propôs que os planetas fossem astros da mesma natureza que a Terra. Copérnico e outros, como Giordano Bruno, Tycho Brahe, Johannes Kepler e Galileu Galilei conseguiram comprovar que o Sol é uma estrela e que as cinco estrelas errantes, juntamente com a Terra, orbitavam o Sol e não tinham luz própria, sendo melhor designados de planetas.

Com a invenção do telescópio, em 1609, a nossa concepção do Universo mudou muito. Foi Friedrich Wilhelm Herschel, quem descobriu, em 1781, o planeta Urano. A partir de perturbações na órbita de Urano, Urbain Le Verrier e John Couch Adams descobriram Netuno em 1846.

Plutão só foi descoberto em 1930. Clyde Tombaugh, após quase um ano de observações e analisando centenas de fotografias do céu, conseguiu identificar o brilho do novo astro. No entanto, Plutão nunca foi bem aceito como planeta, uma vez que, além de ser muito pequeno (seu diâmetro é de cerca de 20% do diâmetro da Lua), sua órbita em torno do Sol era muito inclinada em relação ao plano da eclíptica (plano de órbita da Terra).

Depois de 1990, com avanço da tecnologia, os astrônomos descobriram a presença de diversos corpos pequenos na região que vai além da órbita de Netuno. Essa região passou a ser chamada de Cinturão de Kuiper. A partir de 2003 os astrônomos descobriram outros corpos com dimensões semelhantes às de Plutão. Essas descobertas fizeram com que a astronomia entrasse em crise, já que os objetos também deveriam ser considerados planetas ou então Plutão não poderia ser considerado como tal.

Em 2006 a União Astronômica Internacional (IAU) definiu o que é um planeta: um corpo esférico ou praticamente esférico, que orbita o Sol e que seja o corpo dominante de sua região. Como em torno de Plutão existem outros objetos, que fazem que ele orbite o centro de massa desse sistema, não podemos dizer que ele seja o corpo dominante de sua região, a ponto de sua massa não ser muito afetada pela massa dos outros corpos. Nessa mesma reunião a IAU também definiu a categoria de planeta anão como sendo um corpo celeste que órbita o sol, tem massa suficiente para ter uma forma arredondada, não é uma lua e, principalmente, é incapaz de limpar a vizinhança das suas órbitas.

Plutão, Éris (com dimensões praticamente igual a Plutão), Ceres (até então o maior asteroide entre Marte e Júpiter), Haumea (descoberto em 2003) e Make-Make (descoberto em 2005) são atualmente os cinco planetas anões do Sistema Solar.
CRÉDITOS: João Carlos de Oliveira
* João Carlos de Oliveira é físico do FTD Digital Arena.

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