Satélite chinês que estuda matéria escura detecta primeiros sinais
Resultados
apontam uma possibilidade, mas ainda não uma forte evidência, sobre a
existência das partículas mais abundantes do universo
O satélite chinês DAMPE
(explorador de partículas de matéria escura), colocado em órbita em dezembro de
2015, obteve seus primeiros resultados científicos, que podem ajudar a compreender
a natureza das partículas mais abundantes do universo, segundo publicou a
revista "Nature" nesta quarta-feira (29).
O explorador, um dos primeiros
grandes projetos de pesquisa astronômica da China, mediu uma ruptura no
espectro energético dos raios cósmicos em categoria próxima a 0,9
teraelétron-volt (TeV), dados que contribuirão para estudar a enigmática
matéria escura. Em seus primeiros 530 dias de
operações – até 8 de junho – a missão chinesa detectou 1,5 milhão de raios
cósmicos de elétrons e pósitrons acima de 25 gigaelétron-volt (GeV), segundo
divulgou a Academia Chinesa das Ciências (CAS) em comunicado.
Junto com os dados sobre a
radiação cósmica de fundo em micro-ondas, as medições de raios gama de alta
energia e a informação de outros telescópios astronômicos, DAMPE pode ajudar a
esclarecer a natureza do "decaimento ou aniquilação de particulas de
matéria escura", afirmou Fan Yizhong, chefe adjunto do projeto.
O pesquisador afirmou que o
satélite, no qual também colaboram instituições suíças e italianas, busca
"revelar novos fenômenos do universo na janela dos
teraelétron-volts".
O que é a matéria escura?
Os cientistas consideram que
cerca de 4% do Universo são matéria comum, enquanto 26% são matéria escura, que
não ainda não foi identificada além dos seus efeitos gravitacionais. A matéria escura é uma substância
misteriosa, invisível aos telescópios e percebida apenas através da sua atração
gravitacional sobre outros objetos no Universo.
O satélite Planck, da Agência
Espacial Europeia, aposentado em 2013, estudou a radiação remanescente do
"Big Bang", que criou o Universo há cerca de 14 bilhões de anos. O estudo, por sua vez, examinou
como a luz de galáxias distantes é encurvada através da influência
gravitacional da matéria.
"O resultado (...) tem
implicações para a nossa compreensão do Universo, e de como este evoluiu
durante seus quase 14 bilhões de anos de história", segundo um comunicado
da RAS e do Observatório Europeu do Sul.
Fonte: https://g1.globo.com
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