LHC detecta o tão esperado decaimento do bóson de Higgs
Não foi fácil encontrar o decaimento do bóson de Higgs no
meio das colisões. [Imagem: Cern]
Decaimento do
bóson de Higgs
Físicos do LHC
conseguiram finalmente observar um comportamento esperado - mas muito difícil
de detectar - do famoso bóson de Higgs, a "partícula" - ou campo -
que dá massa a todas as demais, e que foi verificada experimentalmente pela
primeira vez no mesmo LHC, em 2012.
O Modelo Padrão da
física de partículas prevê que cerca de 60% das vezes um bóson de Higgs decairá
para um par de quarks bottom, o segundo mais pesado dos seis sabores de quarks:
para cima, para baixo, estranho, charme, fundo e topo (ou up, down, strange,
charm, bottom e top).
Testar esta
previsão é crucial porque o resultado poderia dar suporte ao Modelo Padrão -
que é elaborado sobre a ideia de que o campo de Higgs dota os quarks e outras
partículas fundamentais com massa - ou balançar suas fundações e apontar para
novas físicas.
Feliz ou
infelizmente, o decaimento está lá, como previsto. Ou seja, as "novas
físicas" ainda não apareceram.
Mar de partículas
Observar o
decaimento do bóson de Higgs parece ter sido até mais difícil do que
encontrá-lo pela primeira vez, como demonstrou o período de seis anos desde a
descoberta do bóson.
A razão para a
dificuldade é que existem muitas outras maneiras de produzir quarks bottom em
colisões próton-próton, como as feitas no LHC. Isso torna difícil isolar o
sinal de decaimento do bóson de Higgs do ruído de fundo associado a esses
outros processos. Em contraste, os canais menos comuns de decaimento do bóson
de Higgs que foram observados no momento da descoberta da partícula, como o
decaimento para um par de fótons, são muito mais fáceis de extrair do plano de
fundo.
Para extrair o
sinal, os detectores ATLAS e CMS combinaram dados da primeira e da segunda
rodadas do LHC, que envolveram colisões em energias de 7, 8 e 13 TeV. Os
físicos então aplicaram métodos de análise complexos aos dados para extrair o
que estavam procurando com um nível de certeza que garante a descrição dos
eventos com uma precisão estatisticamente válida.
No futuro, com
mais dados, as colaborações melhorarão a precisão dessas e de outras medições e
sondarão o decaimento do bóson de Higgs em um par de férmions muito menos
massivos, chamados múons, sempre observando desvios nos dados que poderiam
apontar para qualquer física além do Modelo Padrão.
"Os
experimentos continuam a se concentrar na partícula de Higgs, que
frequentemente é considerada um portal para uma nova física. Essas conquistas
também destacam nossos planos de atualizar o LHC para aumentar substancialmente
as estatísticas. Agora se demonstrou que os métodos de análise têm a precisão
necessária para a exploração de todo o cenário da física, incluindo, esperamos,
novas físicas que até agora se escondem de maneira tão sutil," disse Eckhard
Elsen, diretor de pesquisa e computação do CERN.
Fonte: https://www.inovacaotecnologica.com.br
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