Nuvens de Magalhães podem ter sido 3 galáxias


Uma nova pesquisa sugere que as duas galáxias mais próximas da Via Láctea, a Grande e a Pequena nuvem de Magalhães, podem ter tido uma terceira companheira. O estudo publicado no dia 18 de Setembro no periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, descreve como essa terceira galáxia foi engolfada provavelmente pela Grande Nuvem de Magalhães entre 3 e 5 bilhões de anos atrás.

Benjamin Armstrong, um estudante de mestrado no International Centre for Radio Astronomy Research, o ICRAR é o principal autor do estudo. Ele disse que a maior parte das estrelas na Grande Nuvem de Magalhães possuem um movimento em sentido horário ao redor do centro da galáxia. Mas, de forma bem incomum, algumas estrelas possuem um movimento no sentido anti-horário.

Armstrong disse que até então, pensava-se que essas estrelas ou podiam vir da galáxia companheira, a Pequena Nuvem de Magalhães, ou uma ideia é que essas estrelas fossem o que restou de uma fusão com outra estrela no passado.

Para tentar descobrir isso, só tem um jeito, simulações computacionais. E depois de rodar simulações de fusões de galáxias, Armstrong, disse que descobriram que em determinados tipos de fusão de galáxias, você pode conseguir com que estrelas giram no sentido contrário ao de rotação das demais estrelas da galáxia. E isso é consistente com que é observado quando se olha para as Nuvens de Magalhães.

No hemisfério sul é possível ver as Nuvens de Magalhães a olho nu num céu limpo. Existem menções a essas galáxias em achados de culturas milenares. A Grande Nuvem de Magalhães fica localizada a cerca de 160 mil anos-luz de distância da Via Láctea, enquanto que a Pequena Nuvem de Magalhães está localizada a cerca de 200 mil anos-luz de distância.

Armstrong disse que as novas simulações computacionais realizadas pela sua equipe podem ajudar também a explicar um problema que incomoda os astrônomos há anos, por que as estrelas na Grande Nuvem de Magalhães são normalmente ou muito velhas ou muito novas.

Ele mesmo disse, que em galáxias, existem grandes objetos chamados de aglomerados de estrelas. Os aglomerados de estrelas contém muitas estrelas, todas elas de idades semelhantes e gerada sem um mesmo ambiente.

Na Via Láctea, os aglomerados de estrelas são todos muito antigos. Mas na Grande Nuvem de Magalhães, nós temos aglomerados muito antigos e outros muitos novos, e nada entre eles. Os astrônomos chamam isso de o problema do age-gap (algo como uma falha na idade, ou um vazio na idade).

Armstrong disse que pelo fato da Grande Nuvem de Magalhães ter tido uma formação de estrelas que começou novamente, isso indica que uma fusão de galáxias realmente aconteceu ali e essa fusão poderia ajudar a explicar os dois extremos em idades de estrelas na galáxia.

Com essas novas simulações os astrônomos estão criando uma nova ideia, uma nova maneira de olhar problemas antigos relacionados com as galáxias mais próximas da Via Láctea. 
Fonte: http://earthsky.org/

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