12 maneiras que a humanidade pode destruir todo o sistema solar
Somos
muito bons em destruir o nosso planeta, mas podemos fazer melhor: podemos
estragar tudo a um nível solar. Veja 12 maneiras (altamente especulativas!)
pelas quais poderíamos fazer alguns danos sérios, embora não intencionais, a
nossa vizinhança estelar:
12. Desastre com acelerador
de partículas
Ao
desencadear acidentalmente formas exóticas de matéria a partir de aceleradores
de partículas, corremos o risco de aniquilar todo o sistema solar. Mas não se
preocupe – não é como se isso fosse provável. Apesar de hipóteses terem sido
levantadas quando o Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês) foi
construído, vários cientistas e o Grupo de Avaliação de Segurança do LHC
concluíram que o acelerador não representa qualquer perigo.
Anders
Sandberg, um pesquisador da Universidade de Oxford, concorda que um desastre
envolvendo o acelerador de partículas é duvidoso, mas adverte que, se
strangelets (“matéria estranha” – uma forma hipotética de matéria contendo
muitos quarks estranhos pesados) fossem de alguma forma desencadeados por
colisões, “seria ruim”.
Com
a tecnologia atual, o LHC é incapaz de produzir matéria estranha. Porém, em
algum experimento futuro, seja na Terra ou no espaço, talvez possamos produzir
o material. Por exemplo, acredita-se que matéria estranha exista no interior
das estrelas de nêutrons. Se tentarmos recriar as condições dos seus núcleos,
tudo pode ir para o beleléu muito rápido.
11. Projeto ruim de
engenharia estelar
Nós
também poderíamos destruir o sistema solar danificando severamente o sol ou sua
dinâmica durante um projeto de engenharia estelar. Alguns futuristas especulam que os humanos
vão embarcar em projetos de engenharia estelar daqui milhares de anos,
incluindo criação estelar. David Criswell da Universidade de Houston (EUA) descreveu
a criação estelar como o esforço para controlar a evolução e as propriedades
das estrelas, incluindo tentativas de prolongar sua vida útil.
Para
fazer com que uma estrela queime menos rapidamente e, portanto, dure mais
tempo, os futuros engenheiros estelares teriam que remover o excesso de massa
(grandes estrelas gastam combustível mais rápido). Mas o potencial para uma
catástrofe é significativo. Por exemplo, os esforços para remover a massa do
sol poderiam criar efeitos explosivos bizarros e perigosos, ou resultar em uma
diminuição de luminosidade fatal. Também poderia ter um efeito pronunciado
sobre as órbitas planetárias.
10. Tentativa falha de tornar
Júpiter em uma estrela
Há
uma hipótese louca de transformar Júpiter em uma espécie de estrela artificial.
Mas na tentativa de fazê-lo, poderíamos destruir o planeta e acabar com a vida
na Terra. O
astrofísico Martyn Fogg propôs “estrelificar” Júpiter como um primeiro passo
para a terraformação dos seus satélites. Para fazer isso, os seres humanos
futuros semeariam Júpiter com um minúsculo buraco negro primordial.
O buraco
negro teria que estar perfeitamente dentro do limite de Eddington para produzir
“energia suficiente para criar temperaturas eficazes sobre Europa e Ganimedes,
semelhantes aos valores na Terra e em Marte, respectivamente”.
É
uma ótima ideia, se ignorarmos os seus riscos. Por exemplo, o buraco negro
poderia crescer fora de controle e, eventualmente, absorver Júpiter em uma
explosão de radiação que esterilizaria todo o sistema solar.
9. Estragar a dinâmica
orbital dos planetas
Se
começarmos a mexer com a localização e massa dos planetas ou outros corpos
celestes, como sugere a engenharia estelar, corremos o risco de perturbar o
delicado equilíbrio orbital do sistema solar. Na
verdade, a dinâmica orbital do nosso sistema é surpreendentemente frágil.
Estima-se que mesmo a menor perturbação possa resultar em movimentos orbitais
caóticos e potencialmente perigosos.
A razão para isto é que os planetas estão
sujeitos a ressonâncias, que é o que acontece quando dois períodos orbitais
assumem uma relação numérica simples (por exemplo, Netuno e Plutão estão na
proporção de 3:2 de ressonância orbital, com Plutão completando duas órbitas
para cada três de Netuno).
O
resultado é que dois corpos podem influenciar um ao outro, mesmo quando estão
muito distantes. Encontros íntimos regulares podem resultar no objeto menor se
desestabilizando e saindo de sua órbita original, talvez até mesmo arruinando
todos os objetos do sistema solar no processo. Tais ressonâncias caóticas
poderiam acontecer naturalmente, ou poderiam ser instigadas.
8. Manobra imprudente de um
motor de dobra
Uma
nave espacial impulsionada por um motor de dobra seria fantástica, sem dúvida,
mas também seria extremamente perigosa. Qualquer objeto, como um planeta, no
ponto de destino dessa nave estaria sujeito a enormes explosões de energia. Também
conhecido como motor de Alcubierre, um motor de dobra geraria uma bolha de
energia negativa em torno dele, expandindo o espaço e o tempo atrás da nave e
empurrando-a a velocidades não limitadas pela velocidade da luz.
Lamentavelmente, porém, esta bolha de energia tem o potencial de fazer alguns
danos sérios.
O
espaço não é apenas um vazio entre o ponto A e o ponto B. Em vez disso, é cheio
de partículas que têm massa (bem como algumas que não têm). Estas partículas
podem ser “varridas” para dentro da bolha e focadas em regiões na frente e
atrás da nave. Quando o veículo desacelerar, então, essas partículas serão
liberadas em explosões energéticas. A explosão pode ser suficiente para
destruir qualquer coisa diretamente na sua frente, mesmo que a viagem tenha
sido curta.
7. Acidente em um buraco de
minhoca artificial
Usar
buracos de minhoca para contornar os limites de viagens espaciais
interestelares soa muito bem na teoria, mas na prática pode abrir um buraco no
espaço-tempo. Em
2005, o físico nuclear iraniano Mohammad Mansouryar delineou um esquema para a
criação de um buraco de minhoca. Ao produzir quantidades suficientes de matéria
exótica, ele teorizou que poderia fazer um furo através do tecido cosmológico
do espaço-tempo e instituir um atalho para naves espaciais.
Porém,
como Anders Sandberg apontou, há potenciais consequências negativas desse ato.
Primeiro, esses buracos de minhoca precisam de massa-energia (possivelmente
negativa) na escala de um buraco negro do mesmo tamanho. Em segundo lugar,
loops de tempo podem fazer com que partículas virtuais se tornem reais e
destruam o buraco de minhoca em uma cascata de energia. Além disso, onde começa
e termina esse buraco? Se uma extremidade for próxima ao sol, isso poderia
“matá-lo”, ou, o que ainda é péssimo, esterilizar completamente o sistema
solar.
6. Um erro catastrófico de
navegação
Se
optarmos por mudar o nosso sistema solar de vizinhança em um futuro distante,
corremos o risco de destruí-lo completamente. Em
1987, o russo Leonid Físico Shkadov propôs um conceito apelidado de “Shkadov
Thruster” que poderia literalmente mover todo o nosso sistema solar e tudo o
que está dentro dele para um sistema estelar vizinho. Daqui muito tempo, isso
permitiria que trocássemos um sol morrendo por uma estrela mais nova.
A
configuração Shkadov Thruster é simples (em teoria): um espelho em forma de
arco colossal, com o lado côncavo virado para o sol. Esse espelho seria
colocado a uma distância arbitrária onde a atração gravitacional do sol fosse
equilibrada pela pressão externa de sua radiação. O espelho se tornaria assim
um satélite estável e estático.
Se
um dia de fato desenvolvermos a capacidade de nos mover entre as estrelas,
também precisamos descobrir como manipular ou influenciar a infinidade de
pequenos objetos localizados nos confins do nosso sistema solar.
Definitivamente vamos ter que ter cuidado para não desestabilizar coisas como o
cinturão de Kuiper ou a nuvem de Oort, ou vamos ter que nos esquivar de zilhões
de cometas.
5. Receber visitas de aliens
do mal
Todos
nós estamos morrendo de curiosidade para saber se aliens existem ou não, mas
considere isso: todos os nossos esforços para encontrá-los, ou, pior, para
atrai-los para a Terra, podem dar muuuuuito errado. Afinal de contas, quem
garante que eles serão bonzinhos? Mais provavelmente, eles vão querer nos
dominar. Veja aqui por quê.
4. O retorno de sondas
mutantes
Digamos
que a gente envie uma frota de sondas de von Neumann (máquinas
autorreplicadoras) para colonizar a galáxia. Supondo que elas possuam qualquer
mínimo erro de programação, ou que alguém crie deliberadamente uma sonda que
possa evoluir, essas máquinas podem sofrer mutações ao longo do tempo e se
transformar em algo o qual não queremos enfrentar.
Eventualmente,
nossos dispositivos inteligentes poderiam voltar para nos assombrar, rasgar o
nosso sistema solar em pedaços ou sugar nossos recursos, levando-nos à
extinção. A
radiação solar refletida pela superfície interna curva do espelho voltaria em
direção ao sol, efetivamente empurrando a nossa estrela usando sua própria luz. Pronto,
a humanidade está pronta para uma fuga galáctica. E o que poderia dar errado,
certo?
Claramente,
muitas coisas. Poderíamos calcular mal e deixar o sistema solar perdido pelo
cosmos, ou mesmo poderíamos ser esmagados diretamente contra outra estrela.
3. Desastre interplanetário
do tipo gosma cinzenta
Algo
semelhante a sondas espaciais autorreplicantes, há também o potencial para algo
muito menor, mas igualmente perigoso: nanobots autorreplicantes. Um “desastre
do tipo gosma cinzenta”, onde um enxame incontrolável de nanobots ou micro
robôs consumem todos os recursos planetários para criar mais cópias de si
mesmo, não precisa ser confinado ao planeta Terra. Tal enxame poderia pegar uma
carona a bordo de uma nave espacial ou até mesmo se originar no espaço como
parte de algum megaprojeto, e transformar todo o sistema solar em uma gosma sem
vida.
2. Superinteligência
artificial querendo nos colonizar
Um
dos perigos de criar superinteligência artificial é que ela tem o potencial
para fazer muito mais do que apenas extinguir a vida na Terra; ela poderia se
espalhar por todo o sistema solar e além. Se forem mais inteligentes do que
nós, esses “seres” saberão que podem nos dominar e se tornar os novos “reis do
universo”. E sabe-se lá o que vão querer fazer com ele.
1. Acabar
com o sentido do sistema solar
No
momento, somos os únicos seres vivos habitando todo o universo – pelo que
sabemos. Mas podemos ser extintos, provavelmente por nós mesmos, que não
cuidamos bem do nosso planeta e gostamos de travar guerras nucleares. E o que
vai acontecer se a espécie humana desaparecer? Indiretamente, acabaremos com
toda a graça do brilhante sistema solar, que parece de alguma forma muito
especial por ter permitido a vida como a conhecemos no meio de tanto espaço
vazio.
Fonte: Io9.gizmodo.com
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