LUA brilha mais do que o SOL em imagens do FERMI da NASA
Estas imagens mostram a visão cada vez mais aprimorada do brilho
de raios-gama da Lua do Telescópio Espacial de Raios-gama Fermi da NASA. Cada
imagem de 5 por 5 graus é centrada na Lua e mostra raios-gama com energias
acima dos 31 milhões de eletrões-volt, dezenas de milhões de vezes superiores à
da luz visível. Nestas energias, a Lua é realmente mais brilhante do que o Sol.
As cores mais brilhantes indicam um maior número de raios-gama. Esta sequência
de imagens mostra como exposições mais longas, variando de dois a 128 meses
(10,7 anos), melhorou a visão. Crédito: NASA/DOE/Colaboração LAT do Fermi
Se os nossos olhos pudessem
ver radiação altamente energética chamada raios-gama, a Lua pareceria mais
brilhante do que o Sol! É assim que o Telescópio Espacial de Raios-gama Fermi
da NASA tem visto o nosso vizinho no espaço ao longo da última década. As observações de raios-gama
não são sensíveis o suficiente para ver claramente a forma de disco da Lua ou
quaisquer características da superfície. Em vez disso, o LAT (Large Area
Telescope) do Fermi deteta um brilho proeminente centrado na posição da Lua no céu.
Mario Nicola Mazziotta e
Francesco Loparco, ambos do Instituto Nacional de Física Nuclear da Itália em
Bari, têm analisado o brilho da radiação gama da Lua como forma de entender
melhor um outro tipo de radiação espacial: partículas velozes chamadas raios
cósmicos. Os raios cósmicos são
principalmente fotões acelerados por alguns dos fenómenos mais energéticos do
Universo, como ondas de choque de estrelas explosivas e jatos produzidos quando
a matéria cai em buracos negros," explicou Mazziotta.
Dado que as partículas são
eletricamente carregadas, são fortemente afetadas por campos magnéticos, que a
Lua não possui. Como resultado, até raios cósmicos de baixa energia podem
alcançar a superfície, transformando a Lua num prático detetor espacial de partículas.
Quando os raios cósmicos atacam, interagem com a superfície poeirenta da Lua,
de nome rególito, para produzir emissão de raios-gama. A Lua absorve a maioria
destes raios-gama, mas alguns escapam.
Mazziotta e Loparco
analisaram as observações lunares do LAT do Fermi para mostrar como a visão
melhorou durante a missão. Eles reuniram dados de raios-gama altamente
energéticos acima dos 31 milhões eV (eletrão-volt) - mais de 10 milhões de
vezes superior à energia da luz visível - e organizaram-nos ao longo do tempo,
mostrando como exposições mais longas melhoram a visão.
"Vista a estas energias,
a Lua nunca passaria pelo seu ciclo mensal de fases e ficaria sempre
Cheia," explicou Loparco.
À medida que a NASA planeia
enviar novamente seres humanos à Lua até 2024 através do programa Artemis, com
o objetivo eventual de enviar astronautas a Marte, a compreensão dos vários
aspetos do ambiente lunar assume uma nova importância. Estas observações de
raios-gama são uma lembrança de que os astronautas da Lua precisarão de
proteção contra os mesmos raios cósmicos que produzem esta radiação gama de
alta energia.
Embora o brilho de raios-gama
da Lua seja surpreendente e impressionante, o Sol ainda brilha mais, com
energias superiores a mil milhões de eletrões-volt. Os raios cósmicos com
energias mais baixas não alcançam o Sol porque o seu poderoso campo magnético
os impede. Mas os raios-gama muito mais energéticos podem penetrar este campo
magnético e atingir a atmosfera mais densa do Sol, produzindo raios-gama que chegam
ao Fermi.
Embora a Lua, em raios-gama,
não mostre um ciclo mensal de fases, o seu brilho varia com o tempo. Os dados
do LAT do Fermi mostram que o brilho da Lua varia em cerca de 20% ao longo do
ciclo de 11 anos do Sol. As variações na intensidade do campo magnético do Sol
durante o ciclo mudam a quantidade de raios cósmicos que chegam à Lua,
alterando a produção de raios-gama.
Fonte: Astronomia OnLine
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