Astrônomos já sabem sobre o objeto que atingiu Júpier


Imagem de Júpiter processada a partir de imagens obtidas por Ethan Chappel logo após o impacto. Uma imagem do flash produzido pelo impacto foi incluída no local correto sobre a imagem colorida.(Imagem: © E. Chappel)

No último mês, uma rocha atingiu o planeta Júpiter e desde então isso se tornou um grande mistério para os cientistas planetários. No dia 7 de Agosto de 2019, algo se chocou com o gigante gasoso, gerando um flash que foi registrado pelo astrônomo amador Ethan Chappel do Texas. Agora, seis semanas depois, os astrônomos conseguiram ter uma ideia do que aconteceu.

O objeto que se chocou com Júpiter, provavelmente tinha entre 12 e 16 metros de diâmetro, com uma massa aproximada de 450 toneladas, de acordo com análises feitas por Ramanakumar Sankar e Csaba Palotai do Instituto de Tecnologia da Flórida.

A densidade do objeto era similar a encontrada em meteoritos rochosos ferrosos, sugerindo que o bólido foi um asteroide e não um cometa. Lembrando que em 1994, um cometa se chocou com Júpiter, o Shoemaker-Levy 9.

O asteroide se arrebentou a cerca de 80 quilômetros acima do topo das nuvens de Júpiter, liberando uma energia equivalente a 240 quilotons de TNT, descobriram Sankar e Palotai. Isso é cerca da metade da energia liberada em Fevereiro de 2013 sobre a cidade russa de Chelyabinsk, que foi causada por um meteoro de 20 metros de diâmetro. Lembrando também que o evento de Chelyabinsk feriu 1200 pessoas, a maior parte delas por conta de vidros quebrados.

Ricardo Hueso, um pesquisador da Universidade de Bsquem, uma escola conhecida como UPV/EHU, também analisou os dados do impacto chegando a conclusões similares sobre o tamanho e a massa do asteroide. O evento de Agosto de 2019 foi provavelmente o segundo mais brilhante dos seis impactos observados em Júpiter desde 2010, disse Hueso.

Esta imagem foi produzida pelo software DeTeCt ao analisar uma das várias observações em vídeo de um impacto de 7 de agosto de 2019 em Júpiter, obtido por Ethan Chappel. O software identificou e destacou a localização do flash de impacto. O DeTeCt realiza imagens diferenciais de um vídeo enquanto corrige a posição de cada quadro das distorções causadas pela turbulência atmosférica. (Crédito da imagem: E. Chappel / R. Hueso / M. Delcroix / DeTeCt)

“A maior parte dos objetos que atingem Júpiter não são registrados pelos observadores na Terra”, disse Hueso. “Contudo, nós estimamos que entre 20 e 60 objetos parecidos com esse se chocam com Júpiter a cada ano. Devido ao grande tamanho de Júpiter e à sua força gravitacional, essa taxa de impacto é cerca de 10000 vezes maior do que a taxa de impacto de objetos similares na Terra”. 

As novas análises foram facilitadas por um software de código aberto conhecido como DeTeCt, que foi desenvolvido especialmente para identificar impactos em Júpiter. O DeTeCt foi desenvolvido pelo Hueso e o astrônomo francês Marc Delcroix.

Chappel usou o DeTeCt para analisar o flash, ele então contactou Delcroix e Hueso, que usou suas conexões na comunidade de astronomia amadora para ver se alguém mais tinha detectado o impacto.

“A comunidade de astronomia amadora foi totalmente galvanizada por esse evento, e o número de observadores e o volume de dados que estão sendo processados aumenta rapidamente”, disse Delcroix. “O DeTeCt é um belo caso de sucesso da colaboração entre os astrônomos profissionais e os astrônomos amadores”.

Os novos resultados sobre o impacto do dia 7 de Agosto de 2019 foram apresentados no congresso European Planetary Science Congress, realizado em conjunto com a Division for Planetary Sciences da American Astronomical Society em Genebra.

Fonte: Space.com

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