Cientistas consideram necessário repensar o que sabemos sobre a taxa de expansão do universo
Novos dados obtidos por um
grupo de astrônomos liderados pela Universidade da Califórnia em Davis sugerem
que o universo está expandindo mais rápido do que o previsto. Esse estudo foi
publicado logo em seguida a um debate acalorado sobre a velocidade de expansão
do universo. Não há um consenso entre as medições.
A equipe utilizou um método
diferente para medir a taxa de expansão do universo. Para observar três
sistemas de lentes gravitacionais (fenômeno que atua como uma lente de aumento
natural), foi usado o Telescópio Espacial Hubble da NASA em conjunto com o
sistema de Óptica Adaptativa (AO) do Observatório WM Keck.
Essa foi a primeira vez em
que tecnologia AO, baseada em solo, foi utilizada para obter a constante de
Hubble, que representa a taxa em que universo está se expandindo.
Procedimentos
adotados
Para evitar que os resultados
fossem tendenciosos, o resultado final foi omitido, inclusive dos
pesquisadores, até que a equipe estivesse convencida de que havia identificado
todas as fontes de erro. Esse procedimento garantiu que eles não fizessem
ajustes para obter o valor “correto”, assim evitando influenciar o valor final.
A revelação indicou um valor
consistente com as medições da constante de Hubble obtidas a partir da
observação de objetos próximos à Terra, como a supernova tipo Ia ou sistemas
com lentes gravitacionais. Os três quasares de lente observados para obter
medições foram PG1115+080, HE0435-1223 e RXJ1131-1231.
Os resultados obtidos pela
equipe mostram que há um problema com o modelo padrão da cosmologia. De acordo
com ele, no início o universo expandia muito rápido, depois a velocidade
diminuiu, em consequência da atração gravitacional da matéria escura. Por último,
devido à energia escura a expansão começou a acelerar novamente.
Resultados
divergentes
O modelo descrito de expansão
do universo foi criado a partir de medições tradicionais da constante de
Hubble. Elas são obtidas a partir da observação da Radiação Cósmica de Fundo em
Microondas (RCFM).
Recentemente, vários grupos
começaram a usar técnica diversas para estudar diferentes partes do universo,
com o objetivo de obter a constante de Hubble. Assim, descobriram que os
valores obtidos a partir de observações de regiões do universo próximas e
distantes são divergentes.
Essas comparações são como
observar o universo no seu período inicial, com a observação de partes
distantes, e o universo moderno, com a observação de regiões próximas.
Como a equipe considera
improvável que exista um problema com as medições da RCFM, a alternativa é que
o modelo padrão da cosmologia precisa ser alterado, com o uso de novos
conceitos da física. Assim podem ser corrigidas as discrepâncias.
Resultados
e continuação da pesquisa
Ao revelar o teste cego, a
equipe identificou que havia obtido valores consistentes com medições
anteriores baseadas em informações do Telescópio Espacial Hubble. Isso provou
que, no futuro, os dados da AO podem fornecer uma alternativa poderosa às
informações fornecidas pelo telescópio. Além disso, os pesquisadores perceberam
que a combinação das informações da AO com as do telescópio fornece resultados
mais precisos.
Com a constatação de que o
sistema AO do Observatório de Keck é tão poderoso quanto o Telescópio Espacial
Hubble, os astrônomos podem passar a usar mais essa metodologia para fazer
medições da constante de Hubble. Isso pode auxiliar na obtenção de um modelo
cosmológico mais completo. [Phys, Monthly Notices
of the Royal Astronomical Society]
Fonte: Hypescience.com
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