Sonda da NASA confirma redução de ventos solares nos confins do Sistema Solar
A heliosfera, região onde os ventos solares são mais intensos
que o interestelar (Imagem: Southwest Research Institute)
A sonda New
Horizons, que estudou Plutão e suas luas em 2015, segue sua jornada depois de
sobrevoar o objeto transnetuniano 2014 MU69 (agora chamado oficialmente de
Arrokoth) e tem retornado dados importantes para ajudar nossa compreensão dos
confins do Sistema Solar. Um novo estudo sobre o vento solar confirmou a teoria
de que a velocidade das partículas expelidas pela estrela diminui naquela
região.
O artigo foi
publicado no The Astrophysical Journal e usou dados do instrumento Solar Wind
Around Pluto (SWAP, na sigla em inglês, “vento solar ao redor de Plutão”, em
tradução livre), que está a bordo da New Horizons. Heather Elliot, cientista
responsável pelo SWAP e autora principal do estudo, explicou mais detalhes
sobre os dados coletados.
“Antes, só as
missões Pioneer 10 e 11 e Voyager 1 e 2 haviam explorado o exterior do Sistema
Solar e a heliosfera, mas agora a New Horizons está fazendo isso com instrumentos
científicos mais modernos”, observou. “A influência do nosso Sol no ambiente
espacial se estende muito além dos planetas externos, e o SWAP está mostrando
novos aspectos de como esse ambiente muda com a distância”.
A New Horizons
atualmente se encontra na heliosfera exterior, onde encontrou um ambiente
levemente diferente do que foi analisado pelas missões anteriores que passaram
pela região. O ciclo solar agora é moderado, diferente daquele mais ativo na
passagem das Voyager.
O vento solar
cria uma espécie de “bolha” ao redor de todo o Sistema Solar, e é formado por
partículas emitidas pela estrela, chegando a distâncias consideráveis. A
Voyager 1 atingiu a heliopausa, fronteira em que a influência do Sol é superada
pelos ventos interestelares, enquanto a Voyager 2 fez o mesmo um tempo depois.
Além do vento
solar, o SWAP também analisa íons interestelares na heliosfera exterior. São
partículas neutras do espaço interestelar que penetram a zona de influência do
Sol e se tornam ionizadas pela luz solar. Conforme a gente se afasta da
estrela, encontramos mais material interestelar. As partículas solares também
são influenciadas pela presença maior de partículas externas e, como teorizado,
perdem velocidade e calor, de acordo com os dados coletados pela New Horizons.
Comparação
com dados na Terra
Além dos dados do
SWAP, o estudo também considerou medições do vento solar feitas aqui na Terra.
As medições da New Horizons detectaram redução na velocidade das partículas ao
passar por Plutão, quando o instrumento detectou redução de cerca de 7% na
força do vento solar em comparação com a medição na Terra.
Os dados também
ajudam a estimar quando a New Horizons vai se juntar às Voyager na espaço
interestelar. Também dá para ter uma ideia de quando a sonda passará pelo
choque de terminação, área que delimita onde o vento solar reduz para abaixo do
nível supersônico. Calcula-se que esta passagem deve acontecer no próximo ano.
Fonte: Canaltech
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