Galáxia sobrevive à festa do buraco negro - por enquanto
Astrônomos estão repensando a
atual compreensão sobre como as galáxias evoluem. É que a NASA descobriu uma
galáxia que não apenas sobrevive ao banquete de um buraco negro supermassivo se
alimentando de suas estrelas, como também cria novas estrelas em ritmo
acelerado. Isso vai contra todos os modelos científicos atuais.
Até então, os pesquisadores
cogitavam que um buraco negro muito ativo acaba devorando tanto material ao seu
redor que consomem toda a sua galáxia hospedeira. É neste processo intenso,
inclusive, onde nascem os quasares — um dos objetos mais brilhantes do
universo. Mas a galáxia encontrada está sobrevivendo a um grande buraco negro e
continua a gerar cerca de 100 estrelas do tamanho do Sol por ano.
Foi através do SOFIA
(Stratospheric Observatory for Infrared Astronomy), o telescópio da NASA que
voa em um avião, que os cientistas observaram a galáxia chamada CQ4479. O novo
estudo, publicado no Astrophysical Journal, pode trazer uma nova compreensão
sobre a formação e evolução das galáxias no universo.
Esta galáxia fica a mais de
5,25 bilhões de anos-luz de distância, mas o brilho de seu quasar pode ser
descoberto recentemente por Allison Kirkpatrick, coautor do novo estudo. Este
quasar é do tipo “frio”, ou seja, seu o buraco negro ainda está se alimentando
com o material de sua galáxia hospedeira, mas a energia resultante do quasar
não destruiu o gás frio da região. É por isso que as estrelas podem continuar
nascendo — afinal, elas são feitas desse mesmo gás.
Embora Kirkpatrick tenha
anunciado a descoberta dos quasares frios em 2019, esta é a primeira vez que os
astrônomos tiveram a oportunidade de olhar para um deles com detalhes. Isso
permite calcular características como o crescimento do buraco negro, a taxa de
nascimento de estrelas e quanto gás ainda sobrou para continuar a formação
estelar. Se o processo continuar no ritmo atual, “o buraco negro e as estrelas
ao seu redor triplicarão de massa antes que a galáxia chegue ao fim de sua
vida”, disse Kevin Cooke, que liderou o estudo.
Tudo isso parece bem
surpreendente até mesmo para os cientistas que conduziram a pesquisa. É que as
teorias atuais preveem que a energia do quasar aquece ou expulsa o gás frio
necessário para criar estrelas, causando assim o fim do crescimento da galáxia.
Resta agora continuar vasculhando o espaço com o SOFIA para saber se — e
quantas — galáxias como esta existem por aí.
Fonte: NASA
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