Encontrada parte da matéria perdida do Universo

 Observação de uma parte do Universo graças ao MUSE. Esquerda: demarcação do quasar e da galáxia aqui estudada, Gal1. Centro: Nebulosa que consiste de magnésio representada com uma escala de tamanho.Direita: Superimposição da nebulosa e da galáxia Gal1. Crédito: Johannes Zabl

As galáxias podem receber e trocar matéria com o seu ambiente externo graças aos ventos galácticos criados por explosões estelares. Devido ao instrumento MUSE do VLT (Very Large Telescope) do ESO, uma equipa internacional liderada pelo lado francês do CNRS e pela UCBL (Université Claude Bernard Lyon 1), mapeou pela primeira vez um vento galáctico. Esta observação única, que está detalhada num estudo publicado na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society dia 16 de setembro, ajudou a revelar onde parte da matéria perdida do Universo está localizada e a observar a formação de uma nebulosa em torno de uma galáxia. 

As galáxias são como ilhas de estrelas no Universo, e possuem matéria comum ou bariónica, que consiste em elementos da tabela periódica, bem como matéria escura, cuja composição permanece desconhecida. Um dos maiores problemas para entender a formação das galáxias é que falta aproximadamente 80% dos bariões que constituem a matéria normal das galáxias. De acordo com os modelos, foram expulsos das galáxias para o espaço intergaláctico pelos ventos galácticos criados por explosões estelares. 

A equipa de investigação usou com sucesso o instrumento MUSE para gerar um mapa detalhado do vento galáctico que conduz as trocas entre uma jovem galáxia em formação e uma nebulosa (uma nuvem de gás e poeira interestelar). 

A equipa optou por observar a galáxia Gal1 devido à proximidade de um quasar, que serviu de "farol" para os cientistas, guiando-os em direção à área de estudo. Eles também planearam observar uma nebulosa em torno desta galáxia, embora o sucesso desta observação fosse inicialmente incerto, já que a luminosidade da nebulosa era desconhecida. 

O perfeito posicionamento da galáxia e do quasar, bem como a descoberta das trocas gasosas pelos ventos galácticos, possibilitaram a construção de um mapa único. Isto permitiu a primeira observação de uma nebulosa em formação que está simultaneamente a emitir e a absorver magnésio - alguns dos bariões ausentes do Universo - com a galáxia Gal1. 

Este tipo de nebulosa de matéria normal é conhecido no Universo próximo, mas a sua existência para galáxias jovens em formação era apenas suposta.  Assim, os cientistas descobriram alguns dos bariões ausentes do Universo, confirmando assim que 80-90% da matéria normal está localizada fora das galáxias, uma observação que ajudará a expandir os modelos para a evolução das galáxias.

Fonte: Astronomia OnLine

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