Objeto astronómico encontrado por amador identificado como nova galáxia anã

 No plano de fundo, M33 e a nova galáxia detetada, Peixes VII (em detalhe na inserção). Crédito: Giuseppe Donatiello

Astrofísicos da Universidade de Surrey e do Instituto de Astrofísica da Andaluzia identificaram uma mancha no céu descoberta por um astrónomo amador como uma nova galáxia anã pioneira chamada Peixes VII/Tri III. 

O entusiasta Giuseppe Donatiello avistou a galáxia enquanto examinava dados publicamente disponíveis e a sua descoberta foi investigada por astrofísicos profissionais, liderados pelo Dr. David Martinez-Delgado do Instituto de Astrofísica da Andaluzia, que usou imagens mais profundas obtidas pelo TNG (Telescopio Nazionale Galileo). Ao processar os dados e realizar calibração fotométrica, confirmaram que a descoberta é uma nova galáxia anã, mas precisam de mais imagens de telescópios ainda mais poderosos para confirmar a sua localização precisa e importância. 

A sua análise identificou Peixes VII/Tri III como uma de duas coisas, qualquer uma das quais a tornaria uma importante descoberta astrofísica. Os cálculos da equipa mostram que é uma galáxia anã isolada ou um satélite da galáxia do Triângulo (M33). Se estiver isolada, pensa-se que seja a galáxia de campo mais ténue já detetada. Se for satélite de M33, pode tranquilizar os especialistas de que as suas teorias sobre como as galáxias são formadas estão corretas. 

Emily Charles, estudante de doutoramento na Universidade de Surrey que trabalhou no projeto, disse: 

"O conhecimento teórico sobre a formação galáctica significa que esperaríamos ver muito mais galáxias pequenas em órbita da galáxia do Triângulo, M33. No entanto, até agora só tem uma galáxia satélite conhecida. Se esta galáxia recentemente identificada pertencer a M33, pode significar que há muitas mais que não foram ainda descobertas, pois são demasiado fracas para aparecer em levantamentos anteriores do sistema. M33 atualmente desafia as suposições dos astrofísicos, mas esta nova descoberta começa a assegurar-nos que as nossas teorias estão corretas." 

Para confirmar se Peixes VII/Tri III é isolada ou satélite de M33, a equipa precisa de medir com precisão a distância até à galáxia e de ver como se move em comparação com M33. Ambos os passos requerem imagens adicionais usando outros telescópios. 

Noushin Karim, outro aluno de doutoramento na Universidade de Surrey que ajudou a identificar Peixes VII/Tri III, disse: 

"As imagens profundas pelo Hubble vão permitir-nos chegar a estrelas mais fracas que agem como estimadoras mais robustas de distâncias, pois têm um brilho padrão. Para confirmar o movimento da nova galáxia, precisamos de imagens de um telescópio com 8m ou 10m, como o Keck ou o Gemini." 

O artigo científico que explica o seu trabalho e como chegaram às suas conclusões foi publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. Em seguida, a equipa vai solicitar acesso a outros telescópios a fim de confirmar as suas análises.

Fonte: Astronomia OnLine

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