Sonda Solar Parker se aproximou do Sol — e outros telescópios acompanharam tudo

 A linha vermelha indica o caminho seguido pela Parker pela face do Sol, da perspectiva da Terra entre os dias 24 e 27 de fevereiro (Imagem: Reprodução/NASA/Johns Hopkins APL/Steve Gribben/SDO)

Enquanto a sonda Parker Solar “tocava” o Sol em sua última aproximação da nossa estrela, dezenas de telescópios no espaço e na órbita da Terra acompanhavam a ação de longe. Apesar de a sonda ser pequena demais para os telescópios conseguirem identificá-la tão longe, eles conseguiram algo importante: a distância de 8,5 milhões de quilômetros proporcionou dados relevantes para o contexto das observações conduzidas pela Parker na ocasião. 

Foi no início da tarde do dia 25 de fevereiro que a Parker realizou sua 11ª aproximação do Sol, mais uma em meio ao total de 24 outras planejadas para sua missão primária. Grande parte dessas passagens pelo Sol ocorrem quando nossa estrela está entre a sonda e a Terra, bloqueando o contato com as equipes em solo. Felizmente, algumas órbitas depois, ela volta a ficar "visível" para cientistas, que aproveitam a oportunidade para organizar campanhas de observação. 

A mais recente delas ocorreu durante a última aproximação da Parker, e incluiu 40 observatórios de todo o mundo — inclusive o telescópio solar Daniel K. Inouye Solar, no Havaí, que iniciou sua fase de comissionamento recentemente. Já os observatórios Solar Terrestrial Relations Observatory (STEREO), BepiColombo, Solar Orbiter e outros ofereceram visões de diferentes pontos no espaço. 

De acordo com o Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, ainda deverá levar algumas semanas para os cientistas receberem os dados preliminares das observações, que vão exigir algum tempo para serem analisados. Uma quantidade limitada de dados deverá ser enviada ao longo desta semana, mas a maioria do que foi coletado durante o encontro será transmitida para a Terra entre o fim de março e o início de maio. 

A missão da Parker

Conforme realiza voos cada vez mais próximos do Sol, a Parker Solar vai tentando desvendar os mistérios da coroa (a camada mais externa da atmosfera do Sol) e do vento solar (o fluxo de partículas carregadas expelidas pelo Sol). Futuramente, através de sobrevoos por Vênus em agosto de 2023 e novembro de 2024, a sonda deverá chegar à distância de 6,2 milhões de quilômetros da superfície do nosso astro, à velocidade de mais de 600 mil km/h. 

Quando realizar um novo mergulho na coroa solar, os cientistas da missão esperam que ela continue coletando novas leituras do vento solar e campos magnéticos, dando continuidade aos dados obtidos no ano passado. A equipe da missão tem também grande expectativa para os dados de uma grande erupção solar ocorrida em fevereiro, que liberou toneladas de partículas carregadas na direção da sonda. 

Nour Raouafi, cientista de projeto do Setor de Exploração Espacial, acredita que este foi o maior evento já experimentado pela Parker durante suas atividades. “O choque do evento atingiu a Parker Solar de frente, mas a sonda foi construída para resistir a atividades como essa, para coletar dados nas condições mais extremas”, explicou. “E, com o Sol ficando mais e mais ativo, mal podemos esperar para ver os dados que a Parker coletará, conforme chega cada vez mais perto”. 

Fonte: canaltech.com.br

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