Misteriosas auroras sinuosas são descobertas em Marte

 As misteriosas auroras sinuosas (canto superior direito), em comparação com as auroras já conhecidas de Marte. [Imagem: EMM/Divulgação]

Aurora discreta sinuosa 

Cientistas da missão Hope (Esperança), uma sonda espacial dos Emirados Árabes Unidos que está orbitando Marte, descobriram um enigmático tipo de aurora que não se acreditava ser possível no planeta vermelho. Batizada de "aurora discreta sinuosa" pela equipe, o fenômeno em formato de cobra estende-se por metade do planeta. 

A própria Hope, além de outras sondas espaciais, já observaram diversos tipos de auroras, mas quase sempre de pequena magnitude. O problema é que as auroras parecem depender do campo magnético do planeta, mas o campo magnético de Marte é irregular demais para suportar um fenômeno da dimensão e com a variabilidade vistas agora. 

A aurora discreta e sinuosa consiste em longas faixas semelhantes a cobras se movendo, aparentemente formadas pelas emissões de elétrons energizados na atmosfera superior, estendendo-se por muitos milhares de quilômetros, desde o lado diurno até o lado noturno de Marte. 

As imagens foram feitas quando Marte estava experimentando o efeito de uma tempestade solar, resultando em um fluxo mais rápido e turbulento de elétrons do vento solar do que o normal. Assim, essas formas alongadas podem ser causadas por regiões igualmente alongadas de condições de energização de elétrons na cauda magnética do planeta. 

Auroras de Marte 

As novas observações incluem linhas de campo "onduladas", que não tocam a atmosfera do lado noturno, linhas de campo "fechadas", que se conectam à crosta em ambas as extremidades, e linhas de campo "abertas", que conectam a crosta ao vento solar. Essas linhas de campo abertas afunilam elétrons em direção à atmosfera em padrões às vezes intrincados, que são então refletidos na emissão ultravioleta resultante detectada pelo instrumento da sonda. Por serem espacialmente confinadas, essas emissões são conhecidas como "auroras discretas". 

As observações foram feitas em ultravioleta, com um comprimento de onda de 130,4 nanômetros. Segundo a equipe, emissões nessa faixa são compatíveis com elétrons energéticos colidindo com átomos e moléculas na atmosfera superior marciana, cerca de 130 km acima da superfície. Esses elétrons viriam do vento solar e seriam energizados por campos elétricos na magnetosfera de Marte. Os elétrons seguem as linhas do campo magnético, então seus caminhos para a atmosfera seriam determinados pelos campos magnéticos nessa altitude. 

Mas estas explicações ainda são provisórias e altamente especulativas. A equipe espera encontrar suporte à sua explicação - ou novas explicações - em dados de arquivo de outras sondas orbitando Marte. 

"Desde as primeiras observações da aurora discreta, continuamos a ver novos padrões incríveis de aurora que abrem novos insights sobre as interações de partículas carregadas na atmosfera marciana", disse Hessa Al Matroushi, cientista-chefe da missão. "Há uma grande quantidade de novas informações aqui para a equipe científica da EMM [Emirates Mars Mission] trabalhar".

Fonte: Inovação Tecnológica

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