Registros inéditos de Júpiter por James Webb impressionam cientistas

 Imagens feitas com dois filtros diferentes pela Near-Infrared Camera (NIRCam) durante testes do observatório espacial mostram anel e as luas Europa, Tebe e Métis

Imagens tiradas de Júpiter durante testes do Telescópio James Webb (Foto: NASA, ESA, CSA e STScI)

A Nasa divulgou em transmissão ao vivo na manhã desta terça-feira (12) as primeiras imagens científicas do Telescópio James Webb, encantando interessados em astronomia mundo afora. E teve mais: embora não tenham sido reveladas no evento online, novas fotos de Júpiter também foram captadas pelo instrumento durante sua fase de testes.

Esses registros estão em um relatório de comissionamento, publicado também nesta terça, e compartilhado no Twitter pela astrônoma planetária Heidi B. Hammel, que faz parte da equipe do Webb.

Ela descreveu em um tweet que as imagens, correspondentes à “figura 1” do documento, trazem dados de engenharia de Júpiter, algumas de suas luas e seu anel. “Só vai melhorar a partir daqui, então aperte o cinto!”, prevê a cientista, referindo-se às futuras observações do James Webb.

Segundo o relatório, as imagens foram tiradas pela Near-Infrared Camera (NIRCam) do telescópio, que “pode rastrear alvos em movimento mesmo quando há luz difusa de um brilhante planeta joviano”, ou seja, um astro como Júpiter (Saturno, Urano e Netuno também são jovianos por serem semelhantes ao gigante gasoso).

Os registros usam dois filtros que destacam comprimentos de onda diferentes: à esquerda, está uma imagem de comprimento curto; à direita, de comprimento longo. O tempo de exposição foi de 75 segundos e é possível ver as luas Europa, Tebe e Métis.

A sombra de Europa é visível logo à esquerda da Grande Mancha Vermelha, uma enorme tempestade no planeta gigante. “A extensão é bastante rigorosa para trazer à tona as luas fracas, bem como o anel de Júpiter”, afirma o relatório.

O objetivo do teste foi garantir que o Webb pudesse rastrear objetos em movimento rápido pelo Sistema Solar. Para tal, o telescópio fotografou nove alvos, sendo que Júpiter foi o que se moveu mais lentamente.

Ao que tudo indica, o instrumento será também capaz de rastrear objetos interestelares e cometas próximos da Terra. “Esperava-se que observar um planeta brilhante e seus satélites e anéis fosse um desafio, devido à luz dispersa que podem afetar o instrumento científico empregado, mas também o sensor de orientação precisa deve rastrear as estrelas-guia próximas do planeta brilhante”, diz o documento.

Os autores do relatório concluíram ainda que o equipamento está tendo desempenho excelente. "O Telescópio James Webb é totalmente capaz de realizar as descobertas para as quais foi construído. Ele foi concebido 'para permitir avanços fundamentais em nossa compreensão da formação e evolução de galáxias, estrelas e sistemas planetários’ — agora sabemos com certeza que assim ele irá fazê-lo”.

Fonte: Galileu

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