Telescópio Espacial James Webb registra sua primeira supernova; entenda por que isso é surpreendente
A supernova é visível nas imagens captadas pelo Telescópio Espacial James Webb como um pequeno ponto brilhante à direita do grande ponto brilhante à esquerda. Imagem: STScl
Cada dia mais, os astrônomos
têm se surpreendido com as imagens reveladoras do cosmos feitas pelo Telescópio
Espacial James Webb (JWST), que teve seu primeiro lote de ciência divulgado ao
mundo no último dia 12.
Mais do que encantadoras,
algumas delas são realmente imprevisíveis. É o caso da primeira supernova
registrada pelo observatório de próxima geração, que pegou os cientistas de
surpresa. A detecção dessa explosão de uma estrela moribunda, segundo eles, pode
vir a abrir uma área totalmente nova de possibilidades de pesquisa para Webb.
Apenas alguns dias após o
início de suas operações científicas, a câmera NIRCam do telescópio avistou um
objeto brilhante inesperado em uma galáxia chamada SDSS – J141930.11+5251593,
que fica a cerca de 3 a 4 bilhões de anos-luz da Terra.
O objeto escureceu durante um
período de cinco dias, sugerindo que poderia ter sido uma supernova, capturada
logo após a estrela explodir, em um golpe de pura sorte, já que o observatório
não foi projetado para examinar tais fenômenos. Isso porque, embora tenha uma
capacidade de visão profunda, ele rastreia áreas muito pequenas do espaço.
A detecção precoce sugere que
o telescópio pode ser capaz de ver supernovas regularmente. Isso seria
emocionante, particularmente porque é esperado que Webb aponte para as
primeiras galáxias que se formaram no universo, nas primeiras centenas de
milhões de anos após o Big Bang.
Isso indica que ele pode ser
capaz de capturar a morte das estrelas de primeira geração que iluminaram o
universo após a idade escura. Essas estrelas, segundo creem os astrônomos,
tinham uma composição química muito mais simples do que estrelas que nasceram
em épocas posteriores.
“Achamos que as estrelas nos
primeiros milhões de anos teriam sido principalmente, quase inteiramente,
hidrogênio e hélio, em oposição aos tipos de estrelas que temos agora”, disse
em entrevista ao site Inverse Mike Engesser, astrônomo do Instituto de Ciência
de Telescópios Espaciais (STScl) da NASA. “Elas teriam sido enormes – entre 200
e 300 vezes a massa do nosso Sol – e definitivamente teriam vivido muito pouco,
morrendo jovens’. Ver esses tipos de explosões é algo que ainda não fizemos”.
Segundo Engesser, a supernova
detectada marca a morte de uma estrela muito jovem, de apenas 3 a 4 bilhões de
anos, e é um começo promissor para um telescópio construído para fazer algo
totalmente diferente.
Supernovas são difíceis de
detectar, já que a explosão em si dura apenas uma fração de segundo. A bolha
brilhante de poeira e gás que essas mortes estelares geram desaparece após
apenas alguns dias, então um telescópio precisa estar voltado para a direção
certa e no momento exato.
Fonte: Olhar Digital
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