Galáxia que deu origem à Via Láctea é descoberta pelo telescópio Gaia
Cientistas
descobriram um aglomerado de 18 mil estrelas antigas que têm características
para serem tão velhas quanto a origem prevista da Via Láctea, de 12,5 bilhões
de anos
Em
meio a um aglomerado de 2 milhões de estrelas localizadas na região do centro
da Via Láctea, há a origem da galáxia. A protogaláxia considerada o coração
"velho e pobre" do conglomerado de estrelas está próxima da
constelação de Sagitário, que pode ser vista à esquerda. - (crédito: TERENCE
DICKINSON/ESA)
No
centro da Via Láctea há um "coração pobre e velho" que deu origem ao
grande aglomerado de estrelas e, após 12,5 bilhões de anos, ainda
"bate" e se mantém vivo. A descoberta é dos cientistas do Instituto
Max Plank de Astronomia, que identificaram uma protogaláxia que originou o
grande espiral poderoso que abriga a Terra, o Sistema Solar e outros milhares
de sistemas.
Os
físicos explicam: uma galáxia da magnitude da Via Láctea não se criou sozinha.
Ela se torna de alta magnitude a partir de um movimento de fusão com outras
galáxias menores — ou, nas palavras dos astrônomos, um movimento de canibalismo
com diversos aglomerados de estrelas.
No
entanto, é preciso que uma galáxia comece o movimento e, até então, esse
primário conjunto de estrelas estava fora de vista dos astrônomos. Em um estudo
publicado pelos cientistas alemães do Instituto Max Plank de Astronomia, em 7
de setembro, o grupo dá as boas novas ao mundo da astronomia: o coração da Via
Láctea foi encontrado — e ele está velho e “pobre” em metais.
Por
meio de dados obtidos pelo telescópio Gaia, os astrônomos analisaram cerca de 2
milhões de estrelas na região do centro da galáxia, próximo à região da
constelação de Sagitário, e identificaram 18 mil estrelas antigas que têm
características para serem tão velhas quanto a origem prevista da Via Láctea,
de 12,5 bilhões de anos.
“As
pessoas especulam há muito tempo que uma população tão vasta (de estrelas
antigas) deveria existir no centro da nossa Via Láctea, e Gaia agora mostra que
lá estão elas”, diz o astrônomo Hans-Walter Rix, do Instituto Max Planck de
Astronomia em Heidelberg, Alemanha.
Para
definir se a protogaláxia era a origem da galáxia, os cientistas as analisaram
a fundo. O primeiro passo foi avaliar se realmente elas eram estrelas antigas —
ordem de objetos estelares extremamente pobres em metais e predominantemente
compostas de hidrogênio e hélio, consideradas menos massivas. A resposta foi
positiva: as 18 mil estrelas encontradas: possuem menos de 3% da concentração
de metal do Sol.
Outra
etapa era confirmar se o conjunto de estrelas era original da Via Láctea ou se
pertenciam a outras galáxias menores, que também podem abrigar estrelas com baixo
teor de metais. A questão foi solucionada a observar a localização das estrelas
— no centro da galáxia — e identificar um processo de rotação diferente das
mais novas.
O
grupo está no centro galáctico não consegue se mover em rotação junto aos
outros objetos estelares, o que revela que ela estava na região antes do
surgimento do disco grosso da Via Láctea — o primeiro deles — que fez com que
os objetos façam um movimento de rotação em espiral.
No
início, a Via Láctea não era uma galáxia em espiral, ela se transformou em uma
galáxia de “disco” e, atualmente, gira rapidamente. Só o Sistema Solar em que a
Terra está, de acordo com os cientistas, corre por 900 mil quilômetros de
espaço a cada hora. Por isso, as estrelas antigas encontradas pelos cientistas,
que estavam no começo da galáxia, não conseguem fazer o movimento. Em vez
disso, elas “mergulham dentro e fora dos braços da galáxia”.
Além
disso, a protogaláxia está no “núcleo” da Via Láctea e continua compacta, o que
significa que permaneceu intacta desde o início do movimento de crescimento.
Ela provavelmente se chocou com uma galáxia e depois parou de se chocar com
outras.
Fonte: CB
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