Júpiter em oposição e maior aproximação da Terra dos últimos 59 anos!
Os observadores do céu podem esperar excelentes vistas de Júpiter durante toda a noite de segunda-feira, 26 de setembro, quando o planeta gigante atingir a oposição. Do ponto de vista da superfície da Terra, a oposição acontece quando um objeto astronómico nasce a este exatamente quando o Sol se põe a oeste, colocando o objeto e o Sol em lados opostos da Terra.
O astrofotógrafo Andrew McCarthy obteve esta composição de Júpiter, após juntar cerca de 600.000 exposições individuais do planeta. Recorreu a um telescópio de 11 polegadas e a uma câmara que usa normalmente para o céu profundo. Crédito: Andrew McCarthy (Comic Background)
A
oposição de Júpiter ocorre a cada 13 meses, fazendo o planeta parecer maior e
mais brilhante do que em qualquer outra época do ano. Mas não é tudo. Júpiter
fará também a sua maior aproximação à Terra dos últimos 59 anos! Isto acontece
porque a Terra e Júpiter não orbitam o Sol em círculos perfeitos - o que
significa que os planetas passam a distâncias diferentes ao longo do ano.
A
maior aproximação de Júpiter à Terra raramente coincide com a oposição, o que
significa que as observações deste ano serão extraordinárias. Na sua maior
aproximação, Júpiter estará a aproximadamente 590 milhões de quilómetros da
Terra, mais ou menos à mesma distância que estava em 1963. O planeta gigante
fica a cerca de 965 milhões de quilómetros da Terra no seu ponto mais distante.
"Com
bons binóculos, devem ser visíveis as bandas (pelo menos a banda central) e
três ou quatro dos satélites galileanos (luas)", disse Adam Kobelski,
astrofísico investigador do Centro de Voo Espacial Marshall da NASA em
Huntsville, no estado norte-americano do Alabama. "É importante lembrar
que Galileu observou estas luas com ótica do século XVII. Uma das principais
necessidades será uma montagem estável para qualquer sistema que se
utilize".
Kobelski
recomenda um telescópio maior para ver a Grande Mancha Vermelha de Júpiter e as
bandas em mais detalhe; um telescópio de 4 polegadas ou mais e alguns filtros
na gama verde e azul aumentariam a visibilidade destas características. Segundo
Kobelski, um local ideal de observação será a uma altitude elevada numa área
escura e seca.
"As
vistas devem ser ótimas durante alguns dias antes e depois de 26 de
setembro", disse Kobelski. "Por isso, aproveite o bom tempo por volta
desta data para realizar a observação. Sem contar com a Lua, deverá ser um dos
(se não o) objetos mais brilhantes do céu noturno".
Júpiter
tem 53 luas já com nome, mas os cientistas pensam que já foram até agora
detetadas 80 no total. As quatro maiores, Io, Europa, Ganimedes e Calisto, são
chamadas de satélites galileanos. Isto em honra ao homem que as observou em
1610, Galileu Galilei. Através de binóculos ou de um telescópio, os satélites
galileanos devem aparecer como pontos brilhantes de ambos os lados de Júpiter
durante a oposição.
A
nave espacial Juno da NASA, que orbita Júpiter há seis anos, dedica-se a
explorar o planeta e as suas luas. A Juno começou a sua viagem em 2011 e chegou
a Júpiter cinco anos mais tarde. Desde 2016, a nave espacial tem fornecido
imagens e dados incríveis sobre a atmosfera de Júpiter, as suas estruturas
interiores, o campo magnético interno e sobre a magnetosfera.
Os
cientistas pensam que o estudo de Júpiter pode levar a descobertas
revolucionárias sobre a formação do Sistema Solar. A missão da Juno foi
recentemente prolongada até 2025 ou até ao fim da vida da nave espacial.
O
próximo grande projeto de exploração de Júpiter é a missão Europa Clipper. Esta
sonda vai explorar a icónica lua de Júpiter, Europa, que é conhecida por ter
uma concha gelada. Os cientistas da NASA teorizam um vasto oceano situado sob a
superfície e visam determinar se Europa tem condições capazes de sustentar
vida. O lançamento da Europa Clipper está atualmente previsto para outubro de
2024.
Fonte: Astronomia OnLine
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