Como sabemos que planetas distantes são parecidos com a Terra?
Cientistas
estão descobrindo um número crescente de planetas em outras galáxias que se
assemelham aos nossos. O que os dá? O especialista Jérémy Leconte dá uma
olhada.
"Ninguém
realmente tem as mesmas expectativas ou critérios para um planeta ser o que
você chama de Terra", diz Leconte. Para alguns, um planeta sendo rochoso é
suficiente. Isso significa uma superfície sólida, em contraste com gigantes
gasosos como Júpiter ou Saturno.
Para
resolver isso, os cientistas primeiro medem o raio do planeta à medida que ele
passa na frente de uma estrela, o que lhes permite estimar seu tamanho. Para
trabalhar sua massa, eles olham para o quanto a órbita do planeta faz com que a
estrela se 'se es gire'. Usando esses cálculos, eles podem então descobrir a
densidade do planeta, classificando mundos sólidos de bolhas gasosas.
"Mas
você ainda tem planetas rochosos a 2000 ºC, onde você realmente derrete a
superfície", acrescenta Leconte. Esses chamados planetas oceânicos de lava
não são exatamente viáveis. "Não para nós de qualquer maneira."
O
próximo passo é ver se o planeta é temperado, com um clima ameno o suficiente
para suportar água líquida na superfície. Isso é revelado pela quantidade de
luz que um planeta recebe, juntamente com sua órbita.
Isso
ainda não é suficiente para alguns cientistas considerarem um planeta
semelhante à Terra, no entanto. Eles querem saber se há uma atmosfera adequada.
Para isso, eles olham novamente para o planeta transitando na frente de uma
estrela. Como alguns gases bloqueiam certos comprimentos de onda de luz, a luz
que se volta ao redor de um planeta será impressa com a assinatura atmosférica.
A
parte mais difícil é descobrir se há realmente água líquida na superfície. A
densidade de um planeta poderia dar pistas, mas os cálculos precisam ser
extremamente precisos. Isso porque mesmo em planetas oceânicos como o nosso,
onde a água cobre 71 %, ela compõe uma pequena fração da massa global. Dito de
outra forma: o raio da Terra é de cerca de 6.000 km, enquanto os oceanos estão,
em média, a cerca de 3,5 km de profundidade.
No entanto, com o conhecimento acima em mãos, todos ficariam satisfeitos. "A menos que você queira realmente ver os alienígenas lá em baixo", diz Leconte, "quando as pessoas pensam em terra, tendo um planeta rochoso que é temperado, que tem uma atmosfera e tem água líquida, estamos lá."
Examinando exoplanetas
No
projeto WHIPLASH, Leconte desenvolveu um novo conjunto de ferramentas e
técnicas para analisar as atmosferas de planetas distantes.
Através
do projeto, o WHIPLASH criou uma nova estrutura para entender a física e a
composição de exo-atmosferas, baseadas em um inovador simulador de atmosfera
planetária 3D.
Com
o recente lançamento do Telescópio Espacial James Webb (JWST) e da missão Ariel
da Agência Espacial Europeia marcada para o final desta década, os cientistas
terão características de ultra-alta resolução de planetas distantes para
investigar.
Isso
poderia ajudar a revelar mais sobre exoplanetas ao redor do TRAPPIST-1, uma
estrela a apenas 40 anos-luz da Terra, incluindo a presença de água líquida na
superfície.
Missão para uma nova Terra?
O
sistema estelar mais próximo de nossos centros ao redor da estrela anã vermelha
Proxima Centauri. E a pouco mais de quatro anos-luz da Terra, Proxima Centauri
b é o nosso exoplaneta mais próximo da Terra. Então, em quanto tempo podemos
esperar uma missão para ir lá?
Mesmo viajando a 10 % da velocidade da luz, a viagem ainda levaria 40 anos. "Há algumas ideias malucas sobre como enviar sondas muito leves que seriam empurradas por um laser", observa Leconte. "Mas mesmo assim, eu acho que é apenas ficção científica. Então não é tão cedo, eu diria.
Fonte: phys.org
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