Estrela e seus planetas crescem juntos, ao mesmo tempo
Os planetas parecem crescer ao mesmo tempo que sua estrela-mãe. [Imagem: Amanda Smith]
Quando os planetas se formam
A
teoria mais aceita entre os astrônomos e astrofísicos propõe que os planetas
crescem a partir do que restou da nebulosa planetária, ou seja, os planetas só
começariam a se formar quando a estrela tivesse se formado, mesmo que ainda
esteja em fase de crescimento.
Mas
uma análise feita das estrelas mais antigas que se conhece no Universo indica
que as coisas não são bem assim: Ao menos no conjunto de observações estudadas
agora, estrela e planetas parecem se formar simultaneamente e crescer juntos.
"Nós
temos uma ideia muito boa de como os planetas se formam, mas uma questão
marcante que permanece pendente é quando eles se formam: A formação do planeta
começa cedo, quando a estrela-mãe ainda está crescendo, ou milhões de anos
depois?" detalhou Amy Bonsor, da Universidade de Cambridge, no Reino
Unido.
Para
tentar solucionar esse enigma, Bonsor e seus colegas estudaram as atmosferas de
estrelas anãs brancas - estrelas como o nosso Sol que estão chegando ao final
de suas vidas - para investigar os blocos de construção da formação dos
planetas.
Normalmente
o interior dos planetas está fora do alcance dos telescópios, mas uma classe
especial de anãs brancas - conhecidas como sistemas "poluídos" - tem
elementos pesados como magnésio, ferro e cálcio em suas atmosferas normalmente
limpas.
Esses
elementos devem ter vindo de pequenos corpos, como asteroides, que sobraram da
formação dos planetas, que colidiram com as anãs brancas e queimaram em suas
atmosferas. Como resultado, observações espectroscópicas de anãs brancas
poluídas podem sondar o interior desses asteroides dilacerados, dando aos
astrônomos uma visão das condições em que eles se formaram.
Estrela e planetas crescem juntos
A
análise das atmosferas de 200 anãs brancas poluídas mostrou que a mistura de elementos
vista nas atmosferas dessas anãs brancas só pode ser explicada se muitos dos
asteroides originais já tivessem derretido, o que teria feito com que o pesado
ferro afundasse no núcleo, enquanto os elementos mais leves flutuavam na
superfície. Esse processo, conhecido como diferenciação, é o que fez com que a
Terra tivesse um núcleo rico em ferro.
"A
causa do derretimento só pode ser atribuída a elementos radioativos de vida
muito curta, que existiam nos estágios iniciais do sistema planetário, mas decaíram
em apenas um milhão de anos," disse Bonsor. "Em outras palavras, se
esses asteroides foram derretidos por algo que existiu apenas por um período
muito breve no início do sistema planetário, então o processo de formação do
planeta deve começar muito rapidamente."
É
uma boa fundamentação para a nova teoria, que tem como efeito adicional
explicar como gigantes gasosos, como Júpiter e Saturno, tiveram tempo para
atingir as dimensões que têm.
"Este
é apenas o começo - toda vez que encontramos uma nova anã branca, podemos
reunir mais evidências e aprender mais sobre como os planetas se formam. Nós
podemos rastrear elementos como níquel e cromo e dizer o quão grande um
asteroide deve ter sido quando formou seu núcleo de ferro. É incrível que
possamos investigar processos como este em sistemas exoplanetários."
Fonte: Inovação Tecnológica
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