Bola de fogo contesta teoria da formação do Sistema Solar
O objeto foi observado por um sistema automatizado de câmeras, chamado Observatório Global de Bolas de Fogo. Nunca antes havia sido observado um objeto com esse padrão de queda, o que revelou sua origem distante. [Imagem: University of Alberta]
Bola de fogo interestelar
Astrônomos
descobriram que uma bola de fogo que cruzou os céus da província canadense de
Alberta, em 2021, foi gerada por um corpo celeste constituído de rocha, e não
de gelo. Rochas espaciais atingem a atmosfera da Terra constantemente,
queimando-se como bolas de fogo; quando elas são grandes o suficiente resta
alguma parte delas, que cai no solo na forma de meteoritos.
Mas
havia algo de muito especial naquele pedregulho em particular: Ele não vinha
das cercanias da Terra e nem mesmo do cinturão de asteroides - sua origem era a
borda exterior do Sistema Solar.
E
o fato de ele ter-se queimado como uma rocha complica bastante as coisas porque
as teorias afirmam que corpos celestes vindos de lá seriam formados por gelo -
não deveria haver rochas sólidas por lá.
Onde foi parar o gelo dos cometas?
O
modelo mais aceito pela ciência propõe que, bem na borda do Sistema Solar, e a
meio caminho das estrelas mais próximas, há uma coleção de objetos gelados
navegando pelo espaço, conhecida como Nuvem de Oort. Ainda não conseguimos
enviar uma sonda espacial para lá e nem observamos nenhum objeto diretamente na
Nuvem de Oort, mas as assinaturas espectrográficas captadas pelos telescópios
dão suporte a essa teoria.
É
por isso que, como os cometas vêm dessa mesma região distante, os astrônomos
sempre os descreveram como "bolas de gelo sujas", que derreteriam
conforme se aproximam do Sol, o que explicaria suas caudas.
As
coisas começaram a se complicar quando pudemos pela primeira vez estudar um
cometa de perto, com a sonda espacial Rosetta mostrando que o cometa
67P/Churyumov-Gerasimenko é seco como uma rocha do deserto.
E
a análise deste novo corpo celeste detectado agora entrando na atmosfera da
Terra mostrou o mesmo resultado: O corpo celeste, que todas as leituras indicam
ter vindo do mesmo berço dos cometas, era uma rocha sólida.
Formação do Sistema Solar
Este
resultado tem um grande impacto nas teorias científicas porque a própria base
da compreensão dos primórdios do nosso Sistema Solar é construída sobre o fundamento
de que apenas objetos gelados existem nesses confins externos e, certamente,
nada feito de rocha.
"Esta
descoberta dá suporte a um modelo totalmente diferente da formação do Sistema
Solar, que apoia a ideia de que quantidades significativas de material rochoso
coexistem com objetos gelados dentro da nuvem de Oort," disse Denis Vida,
da Universidade de Ontário Ocidental, no Canadá. "Este resultado não é
explicado pelos modelos de formação do Sistema Solar atualmente preferidos. É
uma virada de jogo completa."
Fonte: Inovação Tecnológica
Comentários
Postar um comentário
Se você achou interessante essa postagem deixe seu comentario!