Buracos de minhoca poderiam ampliar galáxias distantes até 100 mil vezes
Se buracos de minhoca existirem no universo, eles devem criar um fenômeno conhecido como microlente gravitacional, assim como os buracos negros, mas com a capacidade de ampliar a luz distante em até 100.000 vezes.
ESO/Scientific American
Cientistas
ainda não sabem se buracos de minhoca — uma espécie de túnel que conecta dois
pontos distantes no universo — realmente existem, mas é possível descrevê-los
usando a Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein.
Estudos
anteriores já sugeriram que buracos de minhoca podem ser muito instáveis,
impossíveis de se atravessar e, para se manterem “abertos”, exigiriam um tipo
de matéria exótica e muita energia.
Por
outro lado, se não pudermos atravessar um eventual buraco de minhoca — se é que
algum dia encontraremos um deles —, os astrônomos ainda podem encontrar alguma
utilidade para eles. Essa é a proposta de um novo estudo, publicado na revista
Physical Review Letters.
Buracos de minhoca seriam distorções no espaço-tempo conectando dois lugares distantes no universo e criando uma ponte entre eles (Imagem: Reprodução/Wikipedia Creative Commons)
Conforme as previsões da relatividade geral, um objeto massivo, como um buraco negro, deve criar um efeito de microlente gravitacional. Trata-se de uma distorção no espaço-tempo causada pela massa do objeto, fazendo com que a luz de uma galáxia ainda mais distante seja ampliada e, às vezes, multiplicada.
Segundo
o novo estudo, os buracos de minhoca também podem criar uma microlente, mas
causada pela carga elétrica, e não pela massa. Afinal, ao contrário dos buracos
negros, os buracos de minhoca não são exatamente um objeto, mas uma deformação
na malha do espaço-tempo.
Assim,
a carga elétrica do buraco de minhoca poderia formar uma microlente capaz de
ampliar e dividir a luz de uma galáxia diretamente atrás da “garganta” do
buraco. Se os cálculos dos autores do estudo estiverem corretos, essa ampliação
seria de até 100.000 vezes!
Esquema que ilustra como as lentes gravitacionais funcionam; as linhas brancas indicam o caminho da luz de um objeto distante até um observador na Terra, enquanto as laranjas mostram a posição aparente do objeto (Imagem: Reprodução/NASA)
Outra
característica interessante é que essa microlente poderia dividir a luz em até
três; isso significa que uma galáxia lentificada pelo buraco de minhoca
apareceria multiplicada por três ao redor da “garganta”.
Um
dos objetivos da pesquisa era descobrir se a microlente do buraco de minhoca
seria muito parecida com as microlentes geradas por buracos negros. Se este
fosse o caso, seria muito difícil distinguir entre eles apenas analisando a
lente produzida.
No
entanto, a conclusão é que a lente de um buraco de minhoca seria muito
diferente daquelas observadas em buracos negros. Não apenas isso, como também
seriam muito úteis para descobrir e estudar as galáxias distantes lentificadas
por esse efeito.
Em
outras palavras, se um dia os cientistas encontrarem um buraco de minhoca no
universo, é possível que ele esteja revelando uma galáxia (ou outros tipos de
objetos brilhantes) do universo jovem, ampliando sua imagem uma centena de
milhares de vezes.
Fonte:
Comentários
Postar um comentário
Se você achou interessante essa postagem deixe seu comentario!