Buracos negros maciços e partículas de 'cola' - Físicos descobrem uma correspondência notável
Os
físicos demonstraram que os buracos negros e o estado denso dos glúons, que são
as partículas de “cola” responsáveis por manter a matéria nuclear unida, têm
características semelhantes.
Buracos negros com dimensões de bilhões de quilômetros (esquerda, conforme fotografado pelo Event Horizon Telescope) compartilham características com um estado denso de glúons subatômicos criados em colisões de núcleos atômicos (direita). Crédito: Event Horizon Telescope Collaboration (à esquerda) e Brookhaven National Laboratory (à direita).
A ciência - Os físicos descobriram uma notável correspondência entre os estados densos de glúon, que são responsáveis pela forte força nuclear dentro dos núcleos atômicos, e os enormes buracos negros no universo.
Paredes
densas de glúon, conhecidas como condensado de vidro colorido (CGC), emergem de
colisões entre núcleos atômicos e são incrivelmente pequenas, medindo apenas 10
a 19 quilômetros de tamanho – menos de um bilionésimo de quilômetro. Em
contraste, os buracos negros podem se estender por bilhões de quilômetros.
Esta
pesquisa inovadora revela que ambos os sistemas consistem em partículas
portadoras de força densamente dispostas e auto-interagidas. No caso do CGC,
essas partículas são glúons, enquanto nos buracos negros são grávitons. Tanto a
organização dos glúons dentro do CGC quanto dos grávitons dentro dos buracos
negros é otimizada para a energia e o tamanho de cada sistema respectivo.
O impacto
O
alto grau de ordem em CGC e buracos negros é impulsionado por cada sistema
empacotando a quantidade máxima de “informação” quântica possível sobre as
características das partículas. Isso inclui suas distribuições espaciais, velocidades
e forças coletivas.
Tais
limites ao conteúdo de “informação” são universais. Isso significa que a
pesquisa sugere que a ciência da informação quântica pode fornecer novos
princípios de organização para entender esses sistemas amplamente diferentes.
A
correspondência matemática entre esses sistemas também significa que estudar
cada um pode melhorar nossa compreensão do outro. De particular interesse são
as comparações de ondas de choque gravitacionais em fusões de buracos negros
com ondas de choque de glúons em colisões nucleares.
Resumo
Os
cientistas estudam a força forte em colisões nucleares. Por exemplo, no
Relativistic Heavy Ion Collider, uma instalação do Departamento de Energia,
núcleos atômicos acelerados perto da velocidade da luz tornam-se paredes densas
de glúons conhecidas como condensado de vidro colorido (CGC).
Quando
os núcleos colidem, o CGC evolui para formar um líquido quase perfeito de
quarks e glúons, os blocos de construção fundamentais que compõem toda a
matéria visível.
Embora
a força forte opere em escalas subatômicas, esta análise recente feita por
cientistas da Ludwig Maximilian University of Munich, do Max Planck Institute
for Physics e do Brookhaven National Laboratory mostra que o CGC compartilha
características com buracos negros, enormes conglomerados de grávitons que
exercem força gravitacional através o universo.
Ambos
os conjuntos de partículas autointeragentes parecem se organizar de uma maneira
que satisfaça um limite universal na quantidade de entropia, ou desordem, que
pode existir em cada sistema. Essa correspondência matemática aponta para
semelhanças entre formação, termalização e decaimento de buracos negros e o que
acontece quando paredes de glúons colidem em colisões nucleares em velocidades
ultrarrelativísticas – próximas à velocidade da luz.
O
limite de entropia que impulsiona essa correspondência está relacionado ao
empacotamento máximo de informações – uma característica fundamental da ciência
da informação quântica (QIS).
O
QIS pode, portanto, informar ainda mais a compreensão dos cientistas sobre
glúons, grávitons, CGC e buracos negros. Essa abordagem também pode avançar no
projeto de computadores quânticos que usam átomos frios para simular e abordar
questões sobre esses sistemas complexos.
Fonte:
scitechdaily.com
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