Este pode ser o 1º planeta que sobreviveu à morte da sua estrela
Um
exoplaneta improvável foi encontrado. Chamado Halla, ele orbita a estrela
gigante vermelha Baekdu a metade da distância entre a Terra e o Sol, ou seja,
está tão próximo que deveria ter sido destruído por ela. A sobrevivência dele
sugere que, talvez, alguns mundos possam resistir ao fim de suas estrelas.
Em
5 bilhões de anos, o Sol deve esgotar as reservas de combustível para as
reações que sustentam sua estrutura. Quando isso acontecer, ele vai se
transformar em uma estrela gigante vermelha, cujas camada mais externas vão se
expandir. A má notícia é que os planetas rochosos, incluindo a Terra, devem
acabar devorados.
Já
o planeta recém-encontrado parece ter resistido a este processo. As oscilações
da estrela Baekdu mostraram que ela está queimando hélio em seu núcleo, o que
mostra que já havia se expandido em uma gigante vermelha. A estrela pode ter se
expandido a até 1,5 vez a distância orbital do planeta e, depois, teria voltado
ao tamanho normal.
Normalmente,
este processo faz com que o planeta e até sua estrela sofram consequências. “O
fato de que Halla conseguiu sobreviver nos arredores imediatos da estrela, que
o teria engolido, destaca este planeta como um sobrevivente extraordinário”,
destacou Marc Hon, autor principal do estudo.
Não
se sabe ao certo como Halla sobreviveu, mas os pesquisadores têm algumas
suspeitas. Como ele está a 0,4 unidade astronômica (cada UA representa a
distância entre a Terra e o Sol) de sua estrela, ele pode ser um tipo de
Júpiter quente. Estes exoplanetas são conhecidos por serem gasosos e terem
órbitas mais amplas, até que migram para mais perto de suas estrelas.
Mas
a estrela que ele orbita evoluiu rapidamente, e talvez esta não seja a provável
origem dele. Outra possibilidade é que o planeta talvez nunca tivesse corrido
risco de ser engolido. Neste caso, a estrela Baekdu não seria uma só, mas sim
duas estrelas que teria se fundido. Este processo pode ter evitado que alguma
delas se expandisse a ponto de engolir o planeta.
Por
fim, uma terceira possibilidade é que Halla seja um planeta bem jovem, formado
pelos gases liberados pela colisão das duas estrelas. “A maioria das estrelas
está em sistemas binários, mas não entendemos exatamente como os planetas podem
se formar ao redor delas”, explicou Hon. “Portanto, é plausível que mais
planetas existam ao redor de estrelas altamente evoluídas, graças a interações
binárias”, finalizou ele.
O
artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature.
Fonte:
Canaltech.com.br
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