Estrela de duas faces tem um lado de hidrogênio e outro lado de hélio
Estrela Janus
Astrônomos
encontraram uma estrela com "duas faces", onde cada lado tem uma
composição química diferente.
Um
lado da anã branca é composto de hidrogênio, enquanto o outro é composto de
hélio. Por isso ela está sendo chamada de "estrela Janus", em
homenagem ao deus romano das transições e mudanças, que possuía duas faces.
"A
superfície da anã branca muda completamente de um lado para o outro,"
contou Ilaria Caiazzo, do Instituto de Tecnologia da Califórnia. "Quando
eu mostrei as observações para as pessoas, elas ficam maravilhadas."
Localizada
a 1.300 anos-luz da Terra, a estranha estrela gira sobre seu próprio eixo a
cada 15 minutos.
As
anãs brancas são restos escaldantes de estrelas que já foram como o nosso Sol.
À medida que as estrelas envelhecem, elas se transformam em gigantes vermelhas;
eventualmente, o material fofo externo é ejetado para o espaço e seus núcleos
se contraem, formando anãs brancas densas e quentes. Nosso Sol evoluirá para
uma anã branca em cerca de 5 bilhões de anos.
Hélio e hidrogênio
Já
se sabia que a superfície de algumas anãs brancas fazem uma transição de hélio
para hidrogênio, e de volta para hélio novamente, mas nunca havia sido feita
uma observação desse processo ocorrendo. Não existem ainda boas explicações
para essa transição.
"Campos
magnéticos em torno de corpos cósmicos tendem a ser assimétricos, ou mais
fortes de um lado," sugere Caiazzo. "Campos magnéticos podem impedir
a mistura de materiais. Portanto, se o campo magnético [desta estrela] for mais
forte de um lado, esse lado terá menos mistura e, portanto, mais
hidrogênio." Mas seria necessário explicar o porquê de tal assimetria
magnética.
Outra
hipótese para explicar as duas faces também depende de campos magnéticos. Neste
cenário, acredita-se que os campos alterem a pressão e a densidade dos gases
atmosféricos. Pressões mais baixas na atmosfera poderiam permitir a formação de
um "oceano" de hidrogênio onde os campos magnéticos são mais fortes.
Para
tentar resolver o mistério, a equipe espera encontrar mais anãs brancas semelhantes
à Janus, bem como obter dados detalhados desse primeiro espécime do seu tipo,
para tentar desvendar sua dinâmica interna.
Fonte: Inovação Tecnológica
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