Novo estudo sugere que alguns exoplanetas orbitando anãs vermelhas podem ser habitáveis, afinal

Uma equipe de astrofísicos da Universidade de Bordeaux e do Observatoire Astronomique de l’Université de Genève está sugerindo que alguns exoplanetas podem não ter sido muito quentes durante seus anos de formação para abrigar vida hoje.

Em seu artigo publicado na revista Nature, o grupo sugere que, devido a fatores não considerados no passado, alguns exoplanetas podem não ter crescido tanto a ponto de perder a água em suas atmosferas por evaporação no espaço. 

Perfis térmicos de atmosfera de vapor. Cada grupo de cinco perfis compartilha a mesma emissão bolométrica (274 e 10.000?W?m-2; linhas finas e grossas, respectivamente). Os perfis calculados para diferentes espectros estelares são comparados com perfis convectivos da mesma emissão. Para cada perfil calculado, o albedo de Bond e a instelação são dados (Seff?=?1 corresponde à insolação atual da Terra: 341,5?W?m-2). Crédito: Natureza (2023). DOI: 10.1038/s41586-023-06258-3

A teoria atual sugere que a maioria dos exoplanetas que orbitam perto de anãs vermelhas (e algumas outras estrelas) provavelmente não abrigam vida. A teoria também sugere que isso ocorre porque durante seus primeiros anos, quando sua estrela era mais quente, a água liberada das rochas na superfície exoplanetária teria evaporado em sua atmosfera. 

Mas, ao contrário de planetas mais habitáveis, onde a água na atmosfera resfriaria, condensaria e formaria oceanos, a água evaporaria e se dissiparia no espaço, tornando o planeta muito seco para sustentar a vida. Nesse novo esforço, a equipe de pesquisa questionou essas teorias atuais e desenvolveu uma própria que reconsidera o estado de muitos exoplanetas agora considerados secos demais para hospedar vida. 

Na nova teoria, alguns planetas que orbitam de perto uma anã vermelha (como a estrela Trappist-1) não teriam necessariamente ficado tão quentes quanto sugerem as teorias anteriores, o que significa que durante seus anos de formação, a água poderia ter sido retida na crosta. Essa água, eles sugerem ainda, poderia então ser liberada na atmosfera por atividade vulcânica – mais tarde, quando o planeta esfriou, ela teria se condensado para formar oceanos. 

A razão pela qual o planeta não seria tão quente quanto as teorias anteriores sugeriam é por causa da radiação de calor, que não é contabilizada nas teorias anteriores. Acrescentar os efeitos da radiação, observam eles, também encurtaria o tempo durante o qual o exoplaneta estaria quente o suficiente para derreter rochas na crosta, aumentando as chances de algumas delas reterem água. 

A equipe de pesquisa sugere que, se sua nova teoria se mantiver, alguns trabalhos sobre a formação do planeta podem ter que ser revisitados, como as teorias da evolução de Vênus. Também poderia controlar alguns exoplanetas que foram descartados como possíveis portos de vida.

Fonte: Phys.org

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