O movimento de galáxias satélite sugere um Universo mais jovem
Nos modelos cosmológicos padrão, a formação de estruturas cosmológicas começa com o aparecimento de pequenas estruturas que subsequentemente sofrem fusão hierárquica, levando à formação de sistemas maiores.
À
medida que o Universo envelhece, os grupos e enxames de galáxias, sendo os
maiores sistemas, tendem a aumentar de massa e a atingir um estado
dinamicamente mais relaxado.
Galáxias
que "caem" num grupo massivo. Ao entrar no grupo, estas galáxias
exibem um desvio para o azul em comparação com a galáxia central. Crédito:
Shihong Liao
Os
movimentos das galáxias satélites em torno destes grupos e enxames fornecem
informações valiosas sobre o seu estado de "montagem". As observações
desses movimentos oferecem pistas cruciais sobre a idade do Universo.
Utilizando
dados públicos do SDSS (Sloan Digital Sky Survey), uma equipa liderada pelo
professor Qi Guo do NAOC (National Astronomical Observatories) da Academia
Chinesa de Ciências analisou a cinemática dos pares de satélites em torno de
grupos de galáxias massivas. As conclusões da equipe sugerem que o Universo
pode ser mais jovem do que o previsto pelo modelo Lambda-CDM (sigla inglesa
para "Lambda cold dark matter") com parâmetros cosmológicos de
Planck.
O
estudo foi publicado dia 22 de janeiro na revista Nature Astronomy.
Os
investigadores estudaram o movimento de pares de satélites posicionados no lado
oposto de grupos de galáxias massivas, utilizando os seus desvios de velocidade
em relação à galáxia central ao longo da linha de visão. Descobriram um excesso
notável de pares que exibem desvios de velocidade correlacionados em comparação
com pares que exibem desvios de velocidade anticorrelacionados.
"O
excesso de pares de satélites correlacionados sugere a presença de galáxias
satélites recentemente acretadas ou em queda", disse o professor Qi Guo,
um dos autores do artigo científico.
Este
excesso também foi encontrado em simulações cosmológicas atualizadas, mas a
magnitude deste efeito foi consideravelmente menor do que nas observações. A
discrepância significativa entre as observações e as simulações implica que os
grupos de galáxias massivas são mais jovens no Universo real.
"Uma
vez que a idade dos grupos de galáxias massivas pode estar intimamente
relacionada com a idade do Universo, estas descobertas sugerem consequentemente
um Universo mais jovem em comparação com o derivado da radiação cósmica de
fundo em micro-ondas pela Colaboração Planck", afirmou o Dr. Qing Gu,
primeiro autor do artigo.
Estes
resultados representam um desafio para o atual modelo cosmológico e podem
fornecer informações valiosas sobre o problema da tensão de Hubble.
Fonte:
Astronomia OnLine
Comentários
Postar um comentário
Se você achou interessante essa postagem deixe seu comentario!