O estranho exoplaneta que deveria ser apenas uma rocha, mas não é
Um dos interesses de astrônomos
ao olhar para outros sistemas solares, é compreender um pouco melhor o nosso.
Sistemas mais recentes nos oferecem uma visão do nosso próprio passado,
enquanto sistemas mais velhos nos ajudam a projetar o nosso futuro.
Fênix surpreendeu os astrônomos por sua condição incomum. (Fonte: Getty Images)© Fornecido por Mega Curioso
Esse foi um dos motivos que
fizeram com que a descoberta de um exoplaneta chamasse tanto a atenção de
cientistas. Batizado de TIC365102760 b, mas apelidado de Fênix, ele está seis
vezes mais próximo de sua estrela do que Mercúrio está do nosso sol. E foi
exatamente isso que mais impressionou os astrônomos, porque a estrela em
questão não é um objeto pequeno, mas um gigante vermelho.
Perto demais do sol
A proximidade com uma estrela
deveria significar uma condição pouco favorável para um planeta com atmosfera.
Até então, os astrônomos acreditavam que nessas condições ele não deveria
passar de uma rocha.
Mas Fênix apresenta uma atmosfera
muito maior e menos densa do que seria esperado. Segundo Sam Grunblatt,
astrofísico da Universidade Johns Hopkins que liderou o estudo sobre a
descoberta, este é o menor planeta — e com a menor massa — já encontrado ao redor
de um gigante vermelho. Isso contraria tudo o que se sabia até então.
Para que pudessem obter os
detalhes sobre Fênix, a equipe trabalhou com dados do Satélite de Pesquisa de
Exoplanetas em Trânsito (TESS, na sigla em inglês) da Nasa. Depois, eles
cruzaram esses dados com medições do Observatório W.M. Keck, no Havaí.
Foi assim, por exemplo, que os
astrônomos descobriram que o exoplaneta orbita sua estrela a cada 4,2 dias. O
TESS obtém seus dados a partir da interferência de planetas como Fênix na
emissão do brilho de uma estrela, ao passarem na sua frente.
Compreendendo o futuro da
Terra
Condição de Fênix pode oferecer novas possibilidades para o futuro da Terra. (Fonte: Getty Images) © Fornecido por Mega Curioso
Gigantes vermelhas são estrelas
muito grandes — podendo ser até 200 vezes maiores que o nosso sol. Seu tamanho
afeta a órbita dos planetas, o que faz com que eles comecem a se aproximar cada
vez mais, até que sejam destruídos. Os astrônomos acreditam que isso deve
acontecer com Fênix em cerca de 100 milhões de anos.
Porém, antes disso seria esperado
que a atmosfera do planeta fosse completamente consumida. O que os dados
obtidos pelo estudo revelaram é que isso pode não acontecer antes da morte de
Fênix.
Esse também pode ser o futuro da
Terra. O Sol irá se expandir o suficiente para engolir Mercúrio, Vênus, a Terra
e, possivelmente, Marte. A estimativa é que isso deve ocorrer em cerca de 5
bilhões de anos, e, até então, parecia ser o destino mais provável. A
descoberta de Fênix e sua atmosfera sobrevivendo em condições tão extremas
sugere que pode existir um caminho diferente para a Terra, quando chegar a sua
vez.
“Não entendemos muito bem a
evolução tardia dos sistemas planetários, e ainda temos um longo caminho a
percorrer nesse sentido” disse Grunblatt. “Isso está nos dizendo que talvez a
atmosfera da Terra não evolua exatamente como pensávamos”.
MSN.COM
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