Dois novos planetas desafiam teoria sobre formação de sistemas planetários
Uma equipe de astrônomos da
Universidade de Warwick, na Inglaterra, e da Universidade de Genebra, na Suíça,
descobriram dois novos planetas fora do Sistema Solar: uma super-Terra interna
e um planeta gigante gelado externo. As descobertas, registradas em artigo
publicado no Astronomy & Astrophysics na quarta-feira (15), desafiam a
compreensão científica de como os sistemas planetários se formam e colocam
teorias atuais em debate. Uma super-Terra é um planeta rochoso que possui massa
maior do que a Terra, mas menor que a massa dos gigantes gasosos do Sistema
Solar.
A existência desses dois exoplanetas dentro do sistema WASP-132 está derrubando paradigmas aceitos sobre como sistemas planetários do tipo "Júpiter quente" -- planetas com massas semelhantes às de Júpiter, mas que orbitam mais perto de sua estrela do que Mercúrio orbita o Sol -- se formam e evoluem.
Esses planetas não possuem gás e poeira suficientes para que eles se formem onde são observados. Por isso, a teoria atual é que eles se originam longe de sua estrela e migram para uma região mais próxima dela conforme o sistema planetário evolui.
Até então, os astrônomos
acreditavam que Júpiteres quentes orbitavam sua estrela sozinhos, pois a
migração em direção a ela ejetaria outros planetas do sistema. No entanto, as
observações da nova pesquisa colocam essa teoria em questão. "A detecção da
super-Terra interna [próxima da estrela] foi emocionante, pois é
particularmente raro encontrar planetas no interior de Júpiteres quentes.
Realizamos uma campanha intensiva
com instrumentos de última geração para caracterizar sua massa, densidade e
composição, revelando um planeta com densidade semelhante à da Terra",
explica David Armstrong, professor associado de física da Universidade de
Warwick, em comunicado à imprensa. A descoberta dos dois novos planetas
adiciona uma camada de complexidade ao sistema WASP-132, na visão dos
pesquisadores, pois a migração de um Júpiter quente em direção à sua estrela
por meio de perturbação dinâmica desestabilizaria as órbitas dos outros dois
planetas.
Isso sugere que possa haver um
caminho de migração "frio" mais estável para o Júpiter quente em um
disco protoplanetário que circunda uma estrela jovem e é o local de formação do
planeta. "O sistema WASP-132 é um laboratório notável para estudar a
formação e evolução de sistemas multiplanetários. A descoberta de um Júpiter
quente ao lado de uma super-Terra interna e um gigante distante coloca em
questão nossa compreensão da formação e evolução desses sistemas. Esta é a
primeira vez que observamos tal configuração", diz François Bouchy,
professor associado do departamento de Astronomia, Faculdade de Ciências da
Universidade de Genebra.
Os astrônomos também observaram
que a super-Terra (um planeta rochoso com seis vezes a massa da Terra) órbita a
estrela em apenas 24 horas e 17 minutos; e o gigante gelado (cinco vezes a
massa de Júpiter) orbita a estrela hospedeira em cinco anos. As observações do
WASP-132 continuam, com o satélite Gaia da ESA medindo variações mínimas nas
posições das estrelas desde 2014, com o objetivo de revelar seus companheiros
planetários e anãs marrons externas.
Msn.com
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