Explosões longínquas.

Os astrónomos encontraram fortes evidências de que as energéticas explosões de Raios-gamma provêm de objectos muito distantes, tendo assim de ser extremamente energéticos. As explosões de Raios-gamma têm sido um verdadeiro quebra-cabeças para os astrónomos. Ocorrem de forma aleatória no céu, sem qualquer preferência aparente, pelo que a maioria dos astrónomos concorda que ocorrem a milhares de milhões de anos-luz de distância. Mas tal significa que estas explosões são acontecimentos extremamente energéticos (em apenas alguns segundos libertariam mais energia que o Sol em mil milhões de anos), o que levou alguns astrónomos a pensar que estas misteriosas explosões teriam lugar muito mais perto, num halo esférico da nossa galáxia
Porém, a recente observação de uma explosão de Raios- gamma parece favorecer o primeiro cenário. Ao detectarem e seguirem a suposta componente óptica desta explosão, os astrónomos detectaram a presença de linhas de absorção de iões Ferro e Magnésio. Verificaram igualmente que estas linhas se encontravam desviadas para o vermelho, pelo que se concluiu que a nuvem de material que provocou a absorção se encontrava a cerca de 4 mil milhões de anos-luz, colocando a origem da explosão para lá dessa distância.
Esta conclusão pressupõe que a componente óptica encontrada e a explosão de raios- gamma estão na realidade fisicamente associadas. Tal parece plausível já que ambas apareceram próximas no tempo e na mesma zona do céu (dentro do mesmo minuto de arco quadrado). No entanto é preciso ser cauteloso; as galáxias do tipo BL Lacertae mostram ocasionalmente actividade com um espectro semelhante ao observado. Assim, o astrónomo Mark Metzger (Caltech) adverte que é necessário observar novas explosões de raios- gamma e respectivas componentes ópticas para podermos tirar uma conclusão definitiva.
Fonte:www.oal.ul.pt/observatorio

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