Voyager 1 Procura Resposta Que Sopra ao Vento

                                          Ilustração  artistica da sonda Voyager 1.Crédito: NASA/JPL
No último dia 7 de março, a Voyager 1 fez uma manobra que já não fazia há 21 anos, exceptuando um teste de preparação em Fevereiro passado. A nave rodou de 70º no sentido contrário aos ponteiros do relógio (tal como visto da Terra), para obter os dados sobre o vento solar, durante 2 hoas e 33 minutos, uma espécie de "catavento solar". A última manobra semelhante foi em 14 de Fevereiro de 1990, quando a Voyager 1 se voltou e tirou um retrato de família dos planetas do Sistema Solar, onde a Terra surge como um pequeno ponto azul pálido (Pale Blue Dot). Em junho de 2010, quando a Voyager 1 se encontrava a 17 biliões de Km do Sol, na heliosfera, os seus instrumentos começaram a mostrar que o fluxo do vento solar para fora era zero. E permaneceu assim desde então. Os cientistas não consideram que o vento desapareceu, mas que mudou de direcção nessa área. Por isso decidiram mudar a orientação da Voyager, de modo a poder determinar a nova direcção do vento solar. Eles consideram essencial conhecer a força e a direcção do vento solar para perceber a forma da bolha que envolve o nosso Sol e estimar quanto falta para atingir o espaço interestelar. A manobra foi bem sucedida e os dados recolhidos pela nave já chegaram à Terra para serem analisados pelos cientistas. A Voyager foi reorientada de volta para a sua estrela guia, Alpha Centauri.

Esta impressão de artista mostra as duas sondas Voyager a explorar a turbulenta região da fronteira do nosso Sistema Solar, a concha exterior da bolha de partículas carregadas em torno do nosso Sol. Crédito:
NASA/JPL-Caltech

Ilustração da localização das duas sondas Voyager da NASA, numa região turbulenta do espaço conhecida como heliosfera, a camada exterior da bolha de partículas carregadas à volta do Sol. Depois de 33 anos de viagem, brevemente chegam ao espaço interestelar. O Sol emite radialmente uma corrente de partículas carregadas que formam uma bolha envolvendo o nosso sistema solar e que é conhecida como heliosfera. O vento solar viaja a velocidades supersónicas, até que atravessa a zona chamada choque de terminação, parte do nosso sistema solar em azul escuro na imagem. A Voyager 1 cruzou o choque de terminação em dezembro de 2004 e a Voyager 2 em agosto de 2007. Depois do choque de terminação é a heliosfera, em cor cinzenta na imagem, onde o vento solar abranda drasticamente e aquece. Fora destas duas áreas fica o espaço interestelar, dominado pelo vento interestelar que sopra do lado esquerdo na imagem. À medida que o vento interestelar se aproxima da heliosfera, forma-se um arco de choque, o arco claro e brilhante da imagem. A Voyager 2 foi lançada no dia 20 de agosto de 1977 e a Voyager 1 em 5 de setembro de 1977. Em 7 de março, a Voyager 1 estava a 17,4 biliões de Km do Sol e a Voyager 2 a 14,2 biliões de Km, numa trajectória diferente.
Fonte: http://www.ccvalg.pt/astronomia/

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